Preliminares de um
jogo complexo
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo
Nos dois planos — nacional e local —
ganham corpo lances e manobras das forças políticas em presença, tendo em vista
as eleições gerais de 2018.
Com uma particularidade: desta vez,
mais do que o comum, o cenário futuro é marcado pela imprevisibilidade. Tanto
pela multifacetada e intricada crise em que o país se vê mergulhado, como pelos
movimentos erráteis e algo contraditórios dos atores locais.
Com a consumação da última mini reforma
política, pelo menos as regras do jogo estão postas.
Mas o desenho das alianças, mais do que
se possa supor, ainda demora a se fazer, pois há uma espécie de transição para
a realidade eleitoral pós-impeachment, com todas as suas implicações, em que se
sobressai a pergunta: qual será o ambiente social no qual o eleitor fará suas
escolhas?
Ou seja: terá perdurado o clima de
descrença na política e nos políticos, a desesperança e a apatia? Ou a
população terá enfim despertado para a necessidade de reagir usando mais criteriosamente
a arma de que dispõe, o voto?
Numa ou noutra alternativa, mais do que
artifícios midiáticos e a pirotecnia demagógica será necessário apresentar
propostas consistentes e compreensíveis — o que exige um mínimo de compromisso
dos candidatos, majoritários sobretudo.
Em Pernambuco, ainda que persista um
quadro de alianças algo "misturado", resíduo do projeto presidencial
de Eduardo Campos, um passo adiante possivelmente será dado movimento meio que
de placas tectônicas (ainda lento) de reaproximação de forças à direita e à
esquerda.
A dispersão ainda é a tônica, mas a
tendência é que se afirmem dois polos aglutinadores — um no governo, ainda
liderado pelo PSB, outro na oposição, sem que se possa afirmar ainda sob a
liderança de quem. Uma terceira via, como sempre é mais uma vez, certamente não
será viável.
Alguns agem com truculência e
precipitação; outros talvez exagerem na cautela; e todos ainda equidistantes do
debate a ser feito, sobre os destinos do estado e do país.
Mesmo os pré-candidatos à presidência
da República ainda se voltam quase que exclusivamente para a narrativa do
passado recente e da denúncia (ou do apoio velado) ao Estado de exceção
inspirado nos exageros do Judiciário.
No campo oposicionista em plano
nacional, nem Lula, do PT, nem Ciro, do PDT, arriscam um ingresso no debate de
soluções para a crise. Obviamente representando uma força organicamente menos
volumosa, mas ideológica e politicamente expressiva, o PCdoB poderá decidir em
seu 14° Congresso, em novembro, lançar pré-candidatura própria à presidência da
República cuja motivação imediata será contribuir para o debate sobre os rumos
do país.
Leia mais sobre temas da
atualidade: http://migre.me/kMGFD
Nenhum comentário:
Postar um comentário