Quem vence e quem perde hoje
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10
A dúvida não é sobre o resultado da votação
na Câmara dos Deputados, é sobre o dia seguinte.
Quanto à interrupção da denúncia da
Procuradoria Geral da República contra Michel Temer, de fato não há dúvida: por
margem estritamente suficiente, a maioria governista fará valer a sua vontade.
O que se questiona (segundo se noticia, na
expressão do próprio Temer) é se o presidente impostor ganhará algum fôlego ou
seguirá simplesmente feito “pato manco”.
“Manco” porque frágil, desmoralizado e, no
exercício do governo, a mercê das pressões do “centrão” fisiológico.
Do ponto de vista dos grupos que o sustentam,
o Mercado sobretudo, pouco importa — desde que siga cumprindo a agenda de
desmonte do Estado nacional e de regressão de direitos.
Temer teria dito ontem, em convescote com
parte de sua base de apoio, que deseja passar à História como um governante
corajoso, que promoveu mudanças.
O caráter das mudanças é que pesa. Por isso,
inevitavelmente, terá o pior lugar na História republicana, rejeitado agora e
definitivamente execrado no futuro.
Há que se perguntar também que expectativa
nutrem os parlamentares que se eximem de qualquer consideração moral e ética e
se deixam capturar no balcão das negociatas.
Diz-se que a maioria pouco está se lixando
para as consequências dos seus atos, seja pelos seus compromissos de classe,
seja mesmo porque não se importa com o julgamento da opinião pública
esclarecida e convertem em parte as benesses aferidas em fomento de suas bases
eleitorais, de natureza clientelista.
Assim, Temer e seus apoiadores certamente
entrarão pela madrugada comemorando a vitória urdida na lama; e o povo
brasileiro, insatisfeito mas ainda atônito, amargando mais uma derrota.
Mas outras batalhas virão e os vencedores de
agora terão que enfrentar a vontade da maioria, sob circunstâncias bem
distintas e mais amplas do que os gabinetes palacianos, hoje convertidos em
galpões de venda e troca.
A resposta virá nas ruas e nas urnas, quem
sabe, a depender da dimensão em que a resistência, hoje fragmentada, venha a
confluir para um leito comum de ideias e de ação.
E assim segue o purgatório da nação
brasileira.
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O Brasil vai mal e tem muita gente vendendo gato por lebre. Todo cuidado é pouco. Veja aqui goo.gl/Pb98M2
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