Devagar com o andor que os tempos são outros
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
Cá com meus botões e olhar de modesto, porém vivido observador, causa-me espécie ver pretendentes à disputa majoritária no próximo pleito se apresentarem em público ostentando desmedida presunção.
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
Cá com meus botões e olhar de modesto, porém vivido observador, causa-me espécie ver pretendentes à disputa majoritária no próximo pleito se apresentarem em público ostentando desmedida presunção.
Um, que almeja presidir o país,
reedita a velha e frustrada fórmula de deitar sentença sobre como deve o
Nordeste, e Pernambuco em particular, percorrer o caminho da recuperação
econômica desconsiderando o lastro alcançado no recente impulso de crescimento
- quando dos governos Lula-Eduardo Campos - e insinuando indicativos vagos e
descolados de nossa realidade.
Como se completar a integração intra-regional,
valer-se do grande volume de capital fixo recém-investido, operar a infra-estrutura
moderna e, ao mesmo tempo, retornar às políticas de inclusão social produtiva
dependendo quase que somente do desempenho da Bolsa de Valores.
É o que Miguel Arraes criticava
como enxergar o Brasil com o olhar da Avenida Paulista.
Muito distante do que somos e do
que precisamos ser, sem a menor sensibilidade para a imensa diversidade
regional que marca a sociedade brasileira.
De outra parte, na lide local, a
proclamação prévia de postulação vitoriosa (sic) ao governo estadual, a quase
um ano da peleja, mostra-se risível. Mais do que isso: um traço de prepotência
sob todos os títulos em desacordo com o tempo que vivemos.
Subproduto da múltipla crise que o
país atravessa, a descrença e a desconfiança em relação às instituições e instâncias
político-partidárias, muitas lideranças inclusive, estamos diante de um eleitor
agora arredio e, quem sabe, quando sensibilizado e predisposto a exercer a sua
cidadania, estará mais atento a uma indispensável coerência entre a palavra e o
ato.
Com o se a retórica supostamente
aguerrida fosse suficiente para recuperar o estado das consequências da agenda
neocolonialista e socialmente regressiva do governo Temer.
Aliás, a presunção da vitória
fácil na pele de quem expressa, no conteúdo e na forma, a imagem do atual
governo central não passa disso mesmo: presunção.
Sem querer meter o bedelho no
terreiro dos outros, para o bem da democracia e em favor do enfrentamento
consistente e responsável dos problemas que afligem o Brasil e Pernambuco, bom
seria baixar o tom, clarear as ideias e caminhar com mais respeito aos demais
contendores.
Afinal, quem se dispõe a carregar
tão frágeis andores não pode desconhecer obstáculos e oponentes, sob pena de
tropeçar na primeira esquina.
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