Na onda do retrocesso
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
Em apenas quatro décadas — pequeno lapso na história de uma nação —, o Brasil viveu o apogeu da superação do regime militar, os transtornos de dois impedimentos de presidentes democraticamente eleitos, um breve período de relativa expansão econômica e de largo espectro de conquistas sociais, até afundar no golpe institucional que permitiu a assunção de Michel temer e seu grupo ao governo central.
Avanços e recuos intensos, próprios das democracias instáveis da América do Sul.
Agora, convergem elementos os mais diversos de uma crise de múltiplas faces — econômica, financeira, social, política e institucional.
O governo repete a cantilena de que a economia se recupera via ajuste fiscal, como se fosse possível retomar o crescimento sem pesados investimentos públicos em infraestrutura.
As salvaguardas da soberania nacional se esgarçam na esteira de uma agenda neocolonialista que Temer executa a serviço do Mercado e dos interesses externos.
Direitos fundamentais dos que vivem do trabalho são subtraídos.
Um mínimo de compostura falta a quem governa o país, a ponto de uma simples nomeação do ministro do Trabalho se converter em exposição pública da degradação do poder central. Cristiane Brasil, deputada escolhida para o cargo através de acordo com o PTB, carrega nas costas duas condenações por crimes trabalhistas e sua posse aguarda penosamente a autorização do Judiciário!
E esse fato se faz mais um dos motes quase cotidianos de entrechoque entre o Judiciário, o Executivo e Legislativo.
E não há perspectiva imediata de mudança de rumos.
Mas pode haver, desde que dois fatores ocupem espaço na cena: a construção de uma plataforma unitária das forças que se opõem à ordem vigente; e a presença crescente do povo nas ruas.
Isto em contraponto aos que governam mediante maioria parlamentar alimentada pelo mais reles fisiologismo, o apoio do Mercado e da mídia monopolizada.
A unidade oposicionista desejada — plural, ampla — requer uma engenharia política assentada na maturidade, na capacidade de convivência com as diferenças e no descortino político e técnico, capazes de produzir uma alternativa à crise consistente, viável e compreensível pela maioria da população.
A voz das ruas, o outro fator decisivo, há se fazer ouvir altiva e influente na medida em que ultrapasse os limites do corporativismo e contemple os destinos da nação em primeiro lugar.
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
Em apenas quatro décadas — pequeno lapso na história de uma nação —, o Brasil viveu o apogeu da superação do regime militar, os transtornos de dois impedimentos de presidentes democraticamente eleitos, um breve período de relativa expansão econômica e de largo espectro de conquistas sociais, até afundar no golpe institucional que permitiu a assunção de Michel temer e seu grupo ao governo central.
Avanços e recuos intensos, próprios das democracias instáveis da América do Sul.
Agora, convergem elementos os mais diversos de uma crise de múltiplas faces — econômica, financeira, social, política e institucional.
O governo repete a cantilena de que a economia se recupera via ajuste fiscal, como se fosse possível retomar o crescimento sem pesados investimentos públicos em infraestrutura.
As salvaguardas da soberania nacional se esgarçam na esteira de uma agenda neocolonialista que Temer executa a serviço do Mercado e dos interesses externos.
Direitos fundamentais dos que vivem do trabalho são subtraídos.
Um mínimo de compostura falta a quem governa o país, a ponto de uma simples nomeação do ministro do Trabalho se converter em exposição pública da degradação do poder central. Cristiane Brasil, deputada escolhida para o cargo através de acordo com o PTB, carrega nas costas duas condenações por crimes trabalhistas e sua posse aguarda penosamente a autorização do Judiciário!
E esse fato se faz mais um dos motes quase cotidianos de entrechoque entre o Judiciário, o Executivo e Legislativo.
E não há perspectiva imediata de mudança de rumos.
Mas pode haver, desde que dois fatores ocupem espaço na cena: a construção de uma plataforma unitária das forças que se opõem à ordem vigente; e a presença crescente do povo nas ruas.
Isto em contraponto aos que governam mediante maioria parlamentar alimentada pelo mais reles fisiologismo, o apoio do Mercado e da mídia monopolizada.
A unidade oposicionista desejada — plural, ampla — requer uma engenharia política assentada na maturidade, na capacidade de convivência com as diferenças e no descortino político e técnico, capazes de produzir uma alternativa à crise consistente, viável e compreensível pela maioria da população.
A voz das ruas, o outro fator decisivo, há se fazer ouvir altiva e influente na medida em que ultrapasse os limites do corporativismo e contemple os destinos da nação em primeiro lugar.
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