Atentados buscam clima para tumultuar as
eleições
Walter
Sorrentino, no Blog do Sorrentino
Os acontecimentos em curso têm lógica, motivação e,
não me perguntem como, comando de execução.
Tiros na caravana de Lula, ex-presidente a quem se
deve assegurar a proteção do Estado; tiros que mataram Marielle Franco no Rio,
em aberta provocação à democracia e às Forças Armadas; e as pressões
ameaçadoras sobre a família do Ministro Edson Fachin do STF, são “marcadores”
que indicam um tumor em expansão, fartamente irrigado, certamente maligno.
O tumor fascista que atenta contra a democracia,
instila o ódio e a intolerância. Facínoras covardes apertam os gatilhos, como
os do antigo Comando de Caça aos Comunistas, ou manipulam os cordéis. E as
instituições, ou melhor, aqueles que devem zelar pelas instituições e pelo
Estado democrático de direito?
As respostas que se apresentaram por parte dos
setores governantes deixam qualquer um pasmo. O governo Temer omisso em suas
obrigações, o Congresso paralisado, o Judiciário perdido em disputas ao sabor
de interesses políticos indevidos. E a Segurança Pública? Tomei conhecimento de
uma declaração de integrante da PM que fazia a manutenção da ordem no evento
com Lula em São Leopoldo (RS): “Vocês estão aqui hoje e amanhã já se vão. Os
manifestantes (pedras e ovos) ficarão aqui e eu terei que conviver com eles o
resto do tempo. Fazer o quê?” Aí reside a mais completa desordem institucional.
A maior demonstração do transformismo que é – como
tenho afirmado reiteradamente – tais forças se apresentarem como “centristas”
no espectro político foram declarações de Alckmin e Dória incendiando a
pradaria. Foi digno dos mais indignos atestados de recusa do pacto democrático
que a nação requer. O desdém deles e outros são adubos para o caos. Saudades de
Mario Covas ou de Claudio Lembo, que tinham de fato a convicção democrática.
O mais importante é que esse curso das coisas
integra um quadro mais largo e fundo, que é tumultuar as eleições, cevar
medidas excepcionais contra sua realização. Como sempre dissemos, eleições
livres não estão asseguradas! Portanto, as respostas precisam ser largas e
fundas, ir muito além da polarização entre esquerda e fascistas.
A hora é grave, poucas vezes se assiste a esse
estado de coisas na vida de nações grandes e complexas que vivem em ambiente
democrático. Os democratas não podem assistir a isso distraidamente. Eleições
livres será o antídoto mais imediato, não só em defesa da ordem constitucional
como também fator de mobilização política do povo brasileiro em torno de
esperanças de um novo futuro.
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