Estudo inédito revela que 20% de apoiadores de
Aécio no Twitter foram robôs
Estudo da FGV
indicou interferências ilegítimas no debate público na web, a favor do tucano,
com riscos à democracia e ao processo eleitoral de 2018
Jornal GGN
. Um estudo inédito da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da
Fundação Getulio Vargas (FGV/DAPP) revelou que 20% de todas as interações nas
redes sociais a favor de Aécio Neves, no segundo turno das eleições de 2014,
foram motivadas por robôs. Parte deles possivelmente com origem na Rússia.
. A pesquisa, divulgada no final do último ano, buscou analisar como
perfis automatizados atuaram no Twitter em situações de grande repercussão
política no ano de 2014. Estes perfis possibilitam a massificação de
publicações, uma ferramenta que manipula e mascara o verdadeiro debate
democrático nas redes.
. "Os chatbots (chats operados por robôs), por exemplo,
agilizam o atendimento a clientes de empresas e, em alguns casos, até auxiliam
refugiados a processarem seus pedidos de visto. Porém, o número crescente de
robôs atua na verdade com fins maliciosos. Os robôs sociais (social bots) são
contas controladas por software que geram artificialmente conteúdo e
estabelecem interações com não robôs. Eles buscam imitar o comportamento humano
e se passar como tal de maneira a interferir em debates espontâneos e criar
discussões forjadas", informou.
. Para isso, foram escolhidos seis cenários de análise pela FGV: o debate
do dia 2 de outubro com os presidenciáveis no primeiro turno, o debate de
segundo turno entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, as manifestações a favor do
impeachment de Dilma em 2016, debate com os candidatos a prefeito de São Paulo
em 2016, a greve geral do dia 28 de abril de 2017 e a votação da reforma
trabalhista no Senado, em julho do último ano.
. "Essa avaliação permitiu identificarmos 83 generators que produzem
tuítes automaticamente de maneira programada ou utilizando a plataforma Twitter
através de automação", os chamados robôs.
. Mas foi o segundo turno das eleições de 2014 um dos cenários que mais
chamou a atenção dos pesquisadores. Isso porque os geradores de posts no
Twitter não estavam no grupo que não defendiam nenhum dos dois candidatos. E o
extremo dessa automação aplicada nas redes sociais mostrou ter sido usada,
propositalmente, a favor de Aécio.
. "Entre os apoiadores de Aécio Neves (cluster azul), porém, essa
parcela de interações com contas automatizadas (robôs sendo retuitados por
outros robôs ou contas comuns) chegou a 19,41%. Nas discussões entre perfis em
apoio a Dilma, foram 9,76%", divulgou o estudo.
. O resultado disso foi a constatação de que quase 20% de todas as
interações a favor de Aécio realizadas no Twitter durante o segundo turno da
disputa presidencial de 2014 tiveram como origem não pessoas comuns, mas robôs.
. Agora, informação mais recente divulgada pela FGV dá conta da extensão
do caso: os robôs que ajudaram na campanha de Aécio naquele ano foram
possivelmente criados na Rússia. De quase 700 perfis falsos identificados para
replicar mensagens de apoio ao presidenciável tucano, 24 tinham imagens de
origem russa ou no idioma do país.
. As empresas da Rússia e do Leste Europeu poderiam ter sido contratadas
para prestar os serviços à campanha de Aécio. "Estudo sobre interferências
ilegítimas no debate público na web, riscos à democracia e processo eleitoral
de 2018", concluiu a análise.
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