06 maio 2018

Fundador da moderna ciência social


A atualidade de Marx e a luta pela emancipação da humanidade
Editorial do portal Vermelho

Karl Marx nasceu há duzentos anos, em 5 de maio de 1818. O mundo mudou muito desde então – o antigo sistema colonial estava em seus estertores, a Europa se recuperava das guerras napoleônicas e a paz da reacionária Santa Aliança (Áustria, Prússia e Rússia), dominava o velho mundo.

O modo de produção também mudava radicalmente, e o capitalismo, com suas fábricas, a exploração dos trabalhadores e a disseminação do domínio do dinheiro sobre todas as relações sociais, se consolidava aceleradamente.

O menino que nasceu naquele distante 5 de maio cresceu e amadureceu como o mais radical pensador da classe operária, aquele que melhor entendeu o mecanismo das mazelas do capitalismo, e aquele que teria maior influência na mudança daquele velho e carcomido mundo, educando a classe operária no rumo de sua emancipação e da construção de um mundo mais justo e humano.

Marx foi o fundador da moderna e mais avançada ciência da sociedade, o materialismo crítico e dialético.

Contribuiu como poucos para mudar o mundo em que viveu, e a ciência que desenvolveu fundamentou a enorme mudança que ocorreu poucas décadas depois que deixou de viver, com a Revolução Russa de 1917 que, inspirada em seu pensamento e nas lições que deixou, iniciou pioneiramente a construção do socialismo e fomentou movimentos pela liberdade em todo o planeta. A ciência conheceu, desde a existência de Karl Marx, um avanço extraordinário, que envolve desde o conhecimento do mundo material (como a física e a biologia), até a vida social e o desvendamento de suas contradições, agravadas e tornadas mais complexas ao longo do século XX. E, na melhor tradição dos ensinamentos herdados de Karl Marx, o pensamento que fundou incorpora as conquistas desse avanço científico para compreender o mundo objetivo, a natureza, e as relações entre os homens, e agir para mudar a sociedade em busca de uma organização superior da vida.

O mundo e suas contradições nunca foram estranhos ao marxismo, e este traço torna perene sua atualidade. Que é amplamente reconhecida, como revelou uma pesquisa feita na Inglaterra, em 2005, que apontou Karl Marx como o filósofo mais importante e influente de nosso tempo, com 28% dos votos, muito acima do segundo lugar, David Hume, filósofo apoiado pela revista inglesa The Economist, oráculo do conservadorismo capitalista.

O pensamento de Marx mantém, na comemoração de seus 200 anos, o mesmo frescor do momento em que foi formulado. Continua de pé, ajuda a entender o mundo do capitalismo e suas contradições, e educa legiões de trabalhadores e pessoas de pensamento avançado a lutar contra este mundo injusto e desigual. O marxismo não é estagnado ou engessado, mas vivo e atuante, agregando o conhecimento moderno e se desenvolvendo de maneira permanente com a contribuição de inúmeros pensadores que o enriquecem incorporando as conquistas da ciência contemporânea. Repetindo o mesmo esforço feito pelo próprio Marx fez em seu tempo.

A justeza do pensamento de Marx desmente o renitente anúncio de sua derrota, que os ideólogos da burguesia proclamam desde o tempo em que viveu, no século XIX. Seu pensamento continua vivo e atual, mesmo porque subsistem os mesmos problemas, contradições, a igual exploração dos trabalhadores por uma burguesia tacanha e egoísta, que ele apontou em suas análises científicas e políticas.

O pensamento de Marx continua vivo e orienta, neste início do século XXI, a luta dos trabalhadores e dos povos contra a opressão capitalista. A mesma luta, como ele ensinou, pela radical e completa emancipação da humanidade.
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