12 julho 2018

Crônica da vida cotidiana


Meus enfraquecidos jornais diários
Luciano Siqueira

Sempre os considerei "meus" pelo hábito prazeroso de folheá-los todas as manhãs em busca das notícias mais relevantes.

O tempo se encarregou de fazê-los menos informativos, além de lhes reduzir drasticamente a credibilidade.

Cerca de seis famílias concentram o monopólio da mídia no Brasil e determinam o que o cidadão deve ouvir, ver e ler. 

Os jornais impressos se converteram em meros subprodutos disso. Pior: o que nos informam já soubemos antes pela internet. 

Poderiam investir em matérias mais densas, opinativas. Não o fazem, talvez sobretudo porque não querem, nem podem contratar profissionais capazes de fazê-lo. 

Restringem-se à opinião do dono — basicamente a expressão do mercado financeiro e das elites tupiniquins mais retrógradas. Inclusive os jornais locais, meros repetidores de pautas e conteúdos dos jornalões do centro-sul do País. 

Eis que, em minha sétima década de vida, cá me vejo divorciado dos jornais impressos diários — pois já não mais me atraem nem suprem minha paixão pela notícia.

Infelizmente.

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