O estrago já foi feito
Luciano Siqueira
Qualquer que seja o resultado do pleito presidencial no próximo domingo, teremos ingressado — infelizmente — na era da trapaça digital.
Redes sociais, o Facebook em particular, e o aplicativo WhatsApp serviram de veículo para a maior campanha de distorção da realidade e das opiniões e das condutas de adversários políticos do mundo atual.
Há resultados verificados no primeiro turno, tanto na disputa por governos estaduais como para o Senado, absolutamente surpreendentes. Provavelmente influenciados, às vésperas do pleito, pelo tsunami de mensagens disparadas pelo esquema denunciado pelo jornal Folha de S. Paulo, que envolve milhões de reais investidos por empresas privadas, à margem da Lei, em favor do candidato à presidência capitão Bolsonaro.
Mesmo a vantagem alcançada pelo capitão de extrema díreita até o momento, muitos analistas supõem que em grande parte seja resultante desse expediente ilegal.
E o mais grave é que, a julgar pelas pesquisas mais recentes, o Brasil corre o risco de ter na presidência da República alguém que não debateu suas ideias com seus oponentes nem as submeteu ao crivo da sociedade.
Praticou rigidamente um monólogo, difundindo ideias rasteiras, mas ardilosamente a ver com questões que afligem a maioria dos brasileiros de modo epidérmico.
Por mais bizarras e odiosas que sejam algumas de suas propostas, milhões de seguidores — qual manada disciplinadamente conduzida — e robôs guiados por sofisticada manipulação de algoritmos, as reproduzem e as fazem chegar a parcelas extensas da população momentaneamente confusas e vulneráveis.
Além disso, a difusão de mentiras contra adversários.
Calcula-se que só contra a candidata a vice-presidente Manuel D'Ávila, do PCdoB, pelo menos trinta milhões de mensagens falsas, destinadas a denegrir a sua imagem tenham sido veiculadas até o momento.
Ontem mesmo, um frentista de um dos postos de combustível do Recife, que votou em Haddad no primeiro turno, empunhava o celular para mostrar um vídeo que recebera, denunciando Fernando Haddad por supostamente haver queimado um exemplar da Bíblia é o jogado na lata do lixo. Razão da mudança do seu voto agora.
Mas inda há espaço para o bom senso. Até mesmo pela interferência das redes sociais, concomitantemente com o programa eleitoral e com entrevistas e reportagens, e sob o embalo de manifestações de resistência nas ruas, minutos valem por horas e, quem sabe, o resultado de domingo seja diferente do que prevêem as pesquisas.
Há cerca de doze dias verifica-se um acúmulo quantitativo de informações negativas envolvendo o capitão Bolsonaro e sua equipe de campanha, veiculadas inclusive pelo poderoso sistema Globo (agora assustado com o risco de ter seus interesses parcialmente prejudicados). Esse acúmulo como bem sabe da dialética, quem sabe possa produzir um salto qualitativo na consciência de alguns milhões de eleitores que, assim, venham a inverter seu voto.
Luciano Siqueira
Qualquer que seja o resultado do pleito presidencial no próximo domingo, teremos ingressado — infelizmente — na era da trapaça digital.
Redes sociais, o Facebook em particular, e o aplicativo WhatsApp serviram de veículo para a maior campanha de distorção da realidade e das opiniões e das condutas de adversários políticos do mundo atual.
Há resultados verificados no primeiro turno, tanto na disputa por governos estaduais como para o Senado, absolutamente surpreendentes. Provavelmente influenciados, às vésperas do pleito, pelo tsunami de mensagens disparadas pelo esquema denunciado pelo jornal Folha de S. Paulo, que envolve milhões de reais investidos por empresas privadas, à margem da Lei, em favor do candidato à presidência capitão Bolsonaro.
Mesmo a vantagem alcançada pelo capitão de extrema díreita até o momento, muitos analistas supõem que em grande parte seja resultante desse expediente ilegal.
E o mais grave é que, a julgar pelas pesquisas mais recentes, o Brasil corre o risco de ter na presidência da República alguém que não debateu suas ideias com seus oponentes nem as submeteu ao crivo da sociedade.
Praticou rigidamente um monólogo, difundindo ideias rasteiras, mas ardilosamente a ver com questões que afligem a maioria dos brasileiros de modo epidérmico.
Por mais bizarras e odiosas que sejam algumas de suas propostas, milhões de seguidores — qual manada disciplinadamente conduzida — e robôs guiados por sofisticada manipulação de algoritmos, as reproduzem e as fazem chegar a parcelas extensas da população momentaneamente confusas e vulneráveis.
Além disso, a difusão de mentiras contra adversários.
Calcula-se que só contra a candidata a vice-presidente Manuel D'Ávila, do PCdoB, pelo menos trinta milhões de mensagens falsas, destinadas a denegrir a sua imagem tenham sido veiculadas até o momento.
Ontem mesmo, um frentista de um dos postos de combustível do Recife, que votou em Haddad no primeiro turno, empunhava o celular para mostrar um vídeo que recebera, denunciando Fernando Haddad por supostamente haver queimado um exemplar da Bíblia é o jogado na lata do lixo. Razão da mudança do seu voto agora.
Mas inda há espaço para o bom senso. Até mesmo pela interferência das redes sociais, concomitantemente com o programa eleitoral e com entrevistas e reportagens, e sob o embalo de manifestações de resistência nas ruas, minutos valem por horas e, quem sabe, o resultado de domingo seja diferente do que prevêem as pesquisas.
Há cerca de doze dias verifica-se um acúmulo quantitativo de informações negativas envolvendo o capitão Bolsonaro e sua equipe de campanha, veiculadas inclusive pelo poderoso sistema Globo (agora assustado com o risco de ter seus interesses parcialmente prejudicados). Esse acúmulo como bem sabe da dialética, quem sabe possa produzir um salto qualitativo na consciência de alguns milhões de eleitores que, assim, venham a inverter seu voto.
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