Imagem: Foca Foto
Estamos atentos, estamos vivos
Luciano Siqueira
Tal como na canção, 'apesar dos
castigos/Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos/Pra nos
socorrer...’
Novo tempo de resistência.
Em muitas dimensões: ha muito que
cuidar para compreender o que se passou e lutar melhor mirando novas vitórias
que haverão de vir.
Cuidar da análise cuidadosa da situação
concreta: a nova correlação de forças inicialmente é francamente adversa.
Cabem passos sensatos, aguerridos mais
comedidos, do tamanho das pernas.
Ir mais abaixo e mais a fundo para
elucidar a realidade e se vincular às grandes massas desguarnecidas de
esperança e de esclarecimento. A maioria votou contra seus próprios interesses
sem disso ter consciência.
Conviver com a disputa precipitada e insana
por uma hegemonia que se quer hereditária, mas está em aberto.
Quem se unirá com quem em favor de quê?
Não haverá escapatória à margem de uma ampla frente em torno de bandeiras
consistentes e associadas às necessidades e aspirações da maioria.
Aos comunistas, parcialmente
vitoriosos, porém amargando a contingência negativa da cláusula de barreira, o
desafio de considerar todas as variáveis que concorrem para redução da sua base
eleitoral — com muita paciência e clarividência autocrítica.
Avançar é necessário e é possível.
Mas não há possibilidades de bem
explorar as posições conquistadas e recuperar terreno onde as coisas não foram
bem subestimando a luta de ideias. Qualificar o debate é necessário.
O golpe agora se institucionaliza
através do voto. Se tentará impor o modelo ultra liberal às custas da redução
de direitos e da ampliação da exclusão de milhões do sistema produtivo.
Se aprofundará o realinhamento externo,
agora francamente a mercê dos ditames norte-americanos.
Se tentará criminalizar a oposição
democrática e os movimentos sociais.
Por isso, como indica o PCdoB, a
resistência é agora em todas as esferas da vida política e social do país: no Congresso Nacional, nas
Assembleias Legislativa e Câmaras Municipais, nos movimentos sociais, as organizações
da classe trabalhadora, segmentos do empresariado, o universo acadêmico, a
intelectualidade, os artistas, o mundo jurídico, setores religiosos, e
inclusive para os integrantes de instituições da República, os governadores e
os prefeitos do campo democrático.
Estamos atentos e
vivos e a luta segue.
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