Tristeza e obscurantismo
Luciano Siqueira
Pesquisa recente do Instituto Datafolha revela índices altíssimos — em torno de 70% — de pessimismo, tristeza e desesperança da maioria dos brasileiros.
Uma das faces mais negativas da crise em que está mergulhado o país.
A tendência é piorar, pois o modelo de enfrentamento da crise — que aos poucos vai se tornando público — que adotará o novo governo aponta para o aprofundamento da concentração da renda e da riqueza e da exclusão de novas levas de milhões de brasileiros que necessitam trabalhar e não encontram trabalho.
O futuro super ministro da economia, Paulo Guedes, homem do mercado financeiro, repete a todo instante a cantilena do ajustes fiscal restritivo do investimento público e do estímulo à produção — vale dizer, sem perspectiva de melhora para o mercado de trabalho.
Na verdade, a agenda ultraliberal que Fernando Henrique Cardoso, em dois governos consecutivos, não conseguiu implementar plenamente e que Michel Temer, através do golpe institucional, retomou sobre pau e pedra, agora assume papel determinante da gestão da economia brasileira.
Pior: com respaldo da maioria eleitoral conquistada no último pleito.
Paradoxalmente, a maioria dos que vivem do trabalho escolheu um presidente que tem como um dos seus alvos o mundo das relações trabalhistas, sem tomarem consciência disso.
A campanha eleitoral não proporcionou ao eleitor identificar exatamente qual o programa de governo de Bolsonaro, camuflado sob a capa do combate à violência, a corrupção e às minorias identitárias.
Complexo e sofisticado sistema de manipulação das redes sociais e do aplicativo WhatsApp — como agora se sabe — cuidou de colocar viseiras na maioria dos eleitores, que só paulatinamente terá a oportunidade de cair na real.
Concomitantemente, subproduto da pregação de natureza neofascista do presidente eleito, multiplicam-se manifestações de exacerbada intolerância e de perseguição dos que se destacam por suas posições progressistas no ambiente escolar e universitário, no mundo da cultura e outras esferas.
Uma onda obscurantista sem precedente em nossa História.
Nessas circunstâncias, seria surpreendente se pesquisas de opinião captassem sinais de otimismo na maioria da população.
Aos que resistem, vale a consigna do poeta Thiago de Mello: “faz escuro, mas eu canto.”
Luciano Siqueira
Pesquisa recente do Instituto Datafolha revela índices altíssimos — em torno de 70% — de pessimismo, tristeza e desesperança da maioria dos brasileiros.
Uma das faces mais negativas da crise em que está mergulhado o país.
A tendência é piorar, pois o modelo de enfrentamento da crise — que aos poucos vai se tornando público — que adotará o novo governo aponta para o aprofundamento da concentração da renda e da riqueza e da exclusão de novas levas de milhões de brasileiros que necessitam trabalhar e não encontram trabalho.
O futuro super ministro da economia, Paulo Guedes, homem do mercado financeiro, repete a todo instante a cantilena do ajustes fiscal restritivo do investimento público e do estímulo à produção — vale dizer, sem perspectiva de melhora para o mercado de trabalho.
Na verdade, a agenda ultraliberal que Fernando Henrique Cardoso, em dois governos consecutivos, não conseguiu implementar plenamente e que Michel Temer, através do golpe institucional, retomou sobre pau e pedra, agora assume papel determinante da gestão da economia brasileira.
Pior: com respaldo da maioria eleitoral conquistada no último pleito.
Paradoxalmente, a maioria dos que vivem do trabalho escolheu um presidente que tem como um dos seus alvos o mundo das relações trabalhistas, sem tomarem consciência disso.
A campanha eleitoral não proporcionou ao eleitor identificar exatamente qual o programa de governo de Bolsonaro, camuflado sob a capa do combate à violência, a corrupção e às minorias identitárias.
Complexo e sofisticado sistema de manipulação das redes sociais e do aplicativo WhatsApp — como agora se sabe — cuidou de colocar viseiras na maioria dos eleitores, que só paulatinamente terá a oportunidade de cair na real.
Concomitantemente, subproduto da pregação de natureza neofascista do presidente eleito, multiplicam-se manifestações de exacerbada intolerância e de perseguição dos que se destacam por suas posições progressistas no ambiente escolar e universitário, no mundo da cultura e outras esferas.
Uma onda obscurantista sem precedente em nossa História.
Nessas circunstâncias, seria surpreendente se pesquisas de opinião captassem sinais de otimismo na maioria da população.
Aos que resistem, vale a consigna do poeta Thiago de Mello: “faz escuro, mas eu canto.”
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