02 novembro 2018

Tirando a máscara


Alguém precisa perguntar a Moro sobre constrangimento
Jornal GGN

Sergio Moro aceitou o cargo de ministro da Justiça do governo Bolsonaro, nesta quinta (1º), como se fosse um "jovem recebendo um diploma". Emitiu uma nota oficial justificando a escolha pessoal e afirmou nela que só irá se manifestar, novamente, em uma futura coletiva de imprensa. Alguém precisa perguntar à estrela da Lava Jato, na oportunidade, se ele não se sente constrangido.
Moro, certa vez, disse à imprensa que o crime de caixa 2 é o pior que corrupção passiva ou ativa, em sua opinião, pois se trata de uma violência à democracia. Afirmou isso dentro do contexto da escalada contra o PT, que teria lançado mão deste artifício para se perpetuar no comando do País.
Nem uma palavra foi dita por Moro, entretanto, desde que a Folha de S. Paulo surgiu com o escândalo do caixa 2 no WhatsApp. Por conta das suspeitas, a campanha de Bolsonaro já é investigada e será julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
 Moro, com seu ideal de implantar uma agenda anticorrupção e contra o crime organizado, correu para a raia de Bolsonaro APESAR das suspeitas de caixa 2. A investigação por caixa 2 não seria, no mínimo, um constrangimento?
Também seria apesar dos ideais de Bolsonaro que o juiz que condenou Lula teria aderido a um governo de extrema-direita?
Comentarista da CBN em temas jurídicos, Wálter Maierovitch fez um comentário nesse sentido em sua última participação na rádio, após Moro ter aceitado o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ele indagou: "Como que você pode trabalhar para uma pessoa dessa? Como pode ser subordinado de uma pessoa dessa [Bolsonaro]? Será que ele [Bolsonaro] representa o Moro?"
E explicou o que "representa" Bolsonaro: discurso de ódio contra minorias, idolatria em relação ao regime militar e a torturadores como Brilhante Ustra, planos de dar às polícias licença para matar, flerte forte com a pena de morte e armamento da população. Ameaças de forçar exílio ou prisão de opositores e críticos. Ataques à liberdades individuais e à imprensa. 
Será que isso tudo representa Moro? Nada disso nem o caixa 2 geram uma pontinha que seja de constragimento? É um pergunta para o juiz responder.
Nas redes sociais, a primeira-dama da Lava Jato, Rosângela Moro, já deu sua opinião. 
Depois da vitória de Bolsonaro, ela escreveu no Instagram que estava "feliz" porque o Brasil está "sob nova direção". No dia 26 de outubro, publicou: "Eu não tenho medo de mudança. (...) Precisamos de liderança que não faça loteamento de cargos. Pessoas certas nos lugares certos. (...) O que cada um faz da sua vida privada e suas escolhas sexuais e religiosas não nos dizem respeito. Eu poderia ir embora daqui, mas não quero. Eu quero mudança."
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