Ruralista e réu por improbidade, Ricardo Salles comandará a
subpasta do Meio Ambiente
Nota do Observatório do Clima sobre o futuro ministro
O ruralista Ricardo Salles, indicado por Jair Bolsonaro para chefiar o que sobrar do Ministério do Meio Ambiente a partir de 2019, é o homem certo no lugar certo. O presidente eleito, afinal, já deixou claro que enxerga a agenda ambiental como entrave e que pretende desmontar o Sistema Nacional de Meio Ambiente para, nas palavras dele, “tirar o Estado do cangote de quem produz”. Nada mais adequado do que confiar a tarefa a alguém que pensa e age da mesma forma.
Nota do Observatório do Clima sobre o futuro ministro
O ruralista Ricardo Salles, indicado por Jair Bolsonaro para chefiar o que sobrar do Ministério do Meio Ambiente a partir de 2019, é o homem certo no lugar certo. O presidente eleito, afinal, já deixou claro que enxerga a agenda ambiental como entrave e que pretende desmontar o Sistema Nacional de Meio Ambiente para, nas palavras dele, “tirar o Estado do cangote de quem produz”. Nada mais adequado do que confiar a tarefa a alguém que pensa e age da mesma forma.
Salles, ex-diretor da Sociedade
Rural Brasileira, promoveu o desmonte da governança ambiental do Estado de São
Paulo quando foi secretário de Meio Ambiente Geraldo Alckmin. Ele é réu na
Justiça paulista por improbidade administrativa, acusado de ter alterado
ilegalmente o plano de manejo de uma área de proteção ambiental – algo que o
presidente e o ministro Sergio Moro, ciosos de um gabinete de probos,
precisarão explicar a seus eleitores.
Ao nomeá-lo, Bolsonaro faz
exatamente o que prometeu na campanha e o que planejou desde o início:
subordinar o Ministério do Meio Ambiente ao Ministério da Agricultura. Se por
um lado contorna o desgaste que poderia ter com a extinção formal da pasta, por
outro garante que o MMA deixará de ser, pela primeira vez desde sua criação, em
1992, uma estrutura independente na Esplanada. Seu ministro será um ajudante de
ordens da ministra da Agricultura.
O ruralismo ideológico, assim,
compromete o agronegócio moderno – que vai pagar o preço quando mercados se
fecharem para nossas commodities.
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