08 janeiro 2019

Poesia sempre


Embalo de rede
Thiago de Mello
“L’amour s’en va comme cette eau courante
L’amour s’en va
Comme la vie est lent
Et comme la espérance est violente”
Apollinaire

O nosso amor só se acaba
se for para começar.
Te perdes longe de mim,
para poder me encontrar.

Todo fim sabe a começo.
Na fundura do teu peito
dorme a clave do milagre
cujo segredo mereço.

Sozinho mais te proclamo
a pessoa preferida.
Asa de garça, pendão
no vento, estrela da vida.

que te cante a paz no peito.
Não é bênção para mim,
que perto estou já do fim.
te quero tanto, que tanto

dentro de ti me perdi.
Só pra sonhar que erga voo
de pássaro prisioneiro
a luz que lateja em ti.

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