Luciana: Unidade da esquerda virá na resistência à
agenda de Bolsonaro
Portal Vermelho
A
vice-governadora de Pernambuco e presidenta do PCdoB, Luciana Santos, defendeu
superar as divergências circunstanciais da esquerda e reforçar a unidade contra
a agenda de Jair Bolsonaro. “O que vai possibilitar a unidade da esquerda é o
foco na agenda de resistência, de contestação à retirada de direitos e às
privatizações. No Parlamento, nas ruas e nas redes sociais. Estamos com esse
espírito”, disse, no programa Roda Viva Pernambuco, transmitido pela TV Nova na
noite de terça-feira (12).
Luciana
destacou que, embora os partidos de esquerda não tenham marchado juntos na
eleição para a Presidência da Câmara, devem atuar de forma coesa no combate à
pauta regressiva do governo. “Sempre dissemos que a eleição da mesa é apenas um
episódio, que não pode nos levar para uma agenda permanente de falta de unidade
na ação política. Vamos nos pautar por restabelecer essa unidade, vamos virar
essa página, e fazer valer o que nos uniu nas urnas e vai nos unir sempre, que
é o conceito que a gente tem do papel do Estado”, afirmou.
Questionada sobre o apoio de seu partido à candidatura de Rodrigo Maia à Presidência da Câmara, a vice-governadora fez questão de esclarecer que, na eleição interna, nunca esteve em jogo um apoio programático, mas sim o funcionamento democrático do Legislativo.
Nesse sentido, ao invés de escolher marcar posição, se aliando a um candidato à esquerda sem chances reais de vitória, o PCdoB optou por apoiar alguém que, na sua avaliação, respeitaria a atuação da oposição e o regimento interno da Casa e garantiria espaços para o debate.
“Todos sabem que não temos afinidade programática ou ideológica com ele [Maia], especialmente do ponto de vista da agenda econômica - ele é um liberal convicto. Mas, na relação institucional, ele sempre cumpriu palavra, é uma pessoa democrática, que respeita a atuação da oposição, da minoria”, colocou.
Ela lembrou que a relação com Maia não é de hoje, vem desde a disputa anterior, na qual o deputado concorreu contra um candidato ligado a Eduardo Cunha. “Fomos para a redução de danos”, resumiu, lembrando que, naquele momento outros partidos de esquerda assumiram a mesma posição.
“Hoje vivemos uma situação mais adversa, depois da eleição da extrema-direita. No Parlamento, também somos minoria. O PCdoB achou que não valeria à pena marcar posição apenas. Ali não está em jogo a questão programática. Ali está em jogo a democracia”, justificou.
Luciana ressaltou ainda que, mesmo antes da disputa na Câmara, o PCdoB articulou a criação de um bloco, com PSB e PDT, de atuação perene, para se contrapor à agenda Bolsonaro no Legislativo. Mas a disputa na Casa findou por embolar os acertos.
Para a vice-governadora, é necessário unir mais que a esquerda, para enfrentar a plataforma do atual governo. “Temos que fazer uma frente ampla. Uma frente de esquerda só não resolve a pluralidade que há no Brasil, de pensamentos e opiniões acerca dos desafios brasileiros”, reiterou.
Ela comentou ainda a incorporação do PPL (antigo MR-8) ao PCdoB, que deverá fazer com que o partido supere a cláusula de barreira. “Tem sido um processo rico e mútuo, de convergências sobre muitas questões, especialmente no que diz respeito à soberania nacional e contra a agenda do governo”, declarou.
Para Luciana, hoje, há forte disputa político-ideológica e de narrativa sobre os destinos do país. E o que está em jogo é o fortalecimento da economia e a defesa dos interesses nacionais.
“Somos muito dependentes de commodities ainda. O que precisamos é nos inserir nas cadeias mais dinâmicas da economia, nas tecnologias portadoras do futuro. É um retrocesso abrir mão da Embraer, por exemplo. Não é uma empresa estatal, mas é inteligência brasileira. É correto o Estado, tendo a prerrogativa de ter uma golden share, vender 80% da Embraer à Boeing? E depois vender o restante, comprometendo o financiamento da Defesa?”, questionou.
Pernambuco - Sobre a reaproximação do PSB com o PT, selada em Pernambuco na disputa pela reeleição do governador Paulo Câmara, Luciana disse que se trata do resgate de uma experiência exitosa no Estado, que é o resgate da Frente Popular do Recife, com um núcleo mais à esquerda, ampliado com forças que não necessariamente pensam igual.
Questionada sobre o apoio de seu partido à candidatura de Rodrigo Maia à Presidência da Câmara, a vice-governadora fez questão de esclarecer que, na eleição interna, nunca esteve em jogo um apoio programático, mas sim o funcionamento democrático do Legislativo.
Nesse sentido, ao invés de escolher marcar posição, se aliando a um candidato à esquerda sem chances reais de vitória, o PCdoB optou por apoiar alguém que, na sua avaliação, respeitaria a atuação da oposição e o regimento interno da Casa e garantiria espaços para o debate.
“Todos sabem que não temos afinidade programática ou ideológica com ele [Maia], especialmente do ponto de vista da agenda econômica - ele é um liberal convicto. Mas, na relação institucional, ele sempre cumpriu palavra, é uma pessoa democrática, que respeita a atuação da oposição, da minoria”, colocou.
Ela lembrou que a relação com Maia não é de hoje, vem desde a disputa anterior, na qual o deputado concorreu contra um candidato ligado a Eduardo Cunha. “Fomos para a redução de danos”, resumiu, lembrando que, naquele momento outros partidos de esquerda assumiram a mesma posição.
“Hoje vivemos uma situação mais adversa, depois da eleição da extrema-direita. No Parlamento, também somos minoria. O PCdoB achou que não valeria à pena marcar posição apenas. Ali não está em jogo a questão programática. Ali está em jogo a democracia”, justificou.
Luciana ressaltou ainda que, mesmo antes da disputa na Câmara, o PCdoB articulou a criação de um bloco, com PSB e PDT, de atuação perene, para se contrapor à agenda Bolsonaro no Legislativo. Mas a disputa na Casa findou por embolar os acertos.
Para a vice-governadora, é necessário unir mais que a esquerda, para enfrentar a plataforma do atual governo. “Temos que fazer uma frente ampla. Uma frente de esquerda só não resolve a pluralidade que há no Brasil, de pensamentos e opiniões acerca dos desafios brasileiros”, reiterou.
Ela comentou ainda a incorporação do PPL (antigo MR-8) ao PCdoB, que deverá fazer com que o partido supere a cláusula de barreira. “Tem sido um processo rico e mútuo, de convergências sobre muitas questões, especialmente no que diz respeito à soberania nacional e contra a agenda do governo”, declarou.
Para Luciana, hoje, há forte disputa político-ideológica e de narrativa sobre os destinos do país. E o que está em jogo é o fortalecimento da economia e a defesa dos interesses nacionais.
“Somos muito dependentes de commodities ainda. O que precisamos é nos inserir nas cadeias mais dinâmicas da economia, nas tecnologias portadoras do futuro. É um retrocesso abrir mão da Embraer, por exemplo. Não é uma empresa estatal, mas é inteligência brasileira. É correto o Estado, tendo a prerrogativa de ter uma golden share, vender 80% da Embraer à Boeing? E depois vender o restante, comprometendo o financiamento da Defesa?”, questionou.
Pernambuco - Sobre a reaproximação do PSB com o PT, selada em Pernambuco na disputa pela reeleição do governador Paulo Câmara, Luciana disse que se trata do resgate de uma experiência exitosa no Estado, que é o resgate da Frente Popular do Recife, com um núcleo mais à esquerda, ampliado com forças que não necessariamente pensam igual.
“Essa aliança do
PCdoB, PSB, PT e PDT é histórica. Os principais feitos da viragem na economia
que Pernambuco vivenciou foram no auge da aliança de Eduardo Campos com Lula.
Agora é uma retomada”, apontou.
Na sua avaliação, o resgate da Frente deu ao governo do Estado maior nitidez política e ideológica. Segundo ela, Paulo Câmara está muito preparado para conduzir todo esse processo, com a experiência de quem fez Pernambuco atravessar bem a fase mais difícil da economia brasileira. Segundo ela, as costuras para a unidade da esquerda fortaleceram o governador.
“Muita gente o via mais como uma grande personalidade técnica e, nesse episódio agora, ele mostra grande capacidade política para resgatar essa composição (...) A Frente afirma a disposição de fazer valer o que nos uniu. Que é a ideia de que o Estado não pode ser máximo, nem mínimo, tem que ser do tamanho necessário para impulsionar economia e garantir inclusão social”, indicou.
Na sua avaliação, o resgate da Frente deu ao governo do Estado maior nitidez política e ideológica. Segundo ela, Paulo Câmara está muito preparado para conduzir todo esse processo, com a experiência de quem fez Pernambuco atravessar bem a fase mais difícil da economia brasileira. Segundo ela, as costuras para a unidade da esquerda fortaleceram o governador.
“Muita gente o via mais como uma grande personalidade técnica e, nesse episódio agora, ele mostra grande capacidade política para resgatar essa composição (...) A Frente afirma a disposição de fazer valer o que nos uniu. Que é a ideia de que o Estado não pode ser máximo, nem mínimo, tem que ser do tamanho necessário para impulsionar economia e garantir inclusão social”, indicou.
Do Recife, Joana Rozowykwiat (Fonte: Vice-governadoria de Pernambuco)
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