Entidades e
lideranças reagem contra censura nas universidades do país. Os meios acadêmicos
e políticos do país reagiram com indignação a posição do ministro da Educação
(MEC), Abraham Weintraub, de cortar recursos de universidades que não
apresentarem desempenho acadêmico e que promoverem “balbúrdia” em seus campus. Na rede social, a União Nacional dos Estudantes (UNE)
lamentou as declarações do ministro. “Balbúrdia é faltar comida no bandejão,
ter corte nas bolsas de pesquisa, é tirar investimento de cursos de humanas e
perseguir professores. Balbúrdia é desrespeitar a educação”, diz a entidade. Leia
mais https://bit.ly/2vrlI6c
A construção coletiva das idéias é uma das mais fascinantes experiências humanas. Pressupõe um diálogo sincero, permanente, em cima dos fatos. Neste espaço, diariamente, compartilhamos com você nossa compreensão sobre as coisas da luta e da vida. Participe. Opine. [Artigos assinados expressam a opinião dos seus autores].
30 abril 2019
Drama
‘1 em cada 4 trabalhadores é subutilizado no Brasil, diz IBGE. Total de 28,3 milhões de brasileiros nessa situação é recorde’ [E quem disse que a reforma da previdência é a solução está mentindo.]
29 abril 2019
A revolução Laura
Qual liderança
política, quando reina a treva, reúne, em cidades de diferentes regiões,
pessoas às centenas em volta de um livro? Infelizmente, no momento, somente
uma: Manuela d’Ávila. Quem é o público: Na maioria, são mulheres, mas também
homens. Em grande parte, são jovens, mas também gente de todas as idades. Filas
se formam para comprar “Revolução Laura”; quando está em crise o mercado
livreiro. Brilha um livro quando a pedra lascada promete dar baixa nos cursos
de Ciências Humanas, agride e persegue a cultura, enxerga a universidade como
inimiga da pátria e ambiciona fazer da Educação o reduto de uma seita que
renega as ciências. Leia aqui https://bit.ly/2vqKuTY
Em baixa
Rejeição a
Bolsonaro cresce mais rápido entre os pobres, diz jornal. Com base nas
pesquisas do Ibope, o jornal o Estado de S.Paulo faz uma análise nesta segunda
(29) na qual Bolsonaro tem queda maior de popularidade entre os nordestinos e
eleitores com baixa escolaridade e renda. Laia mais https://bit.ly/2UODXwu
Quizumba
— Bolsonaro desautoriza secretário da Receita e diz em vídeo que não vai criar novo imposto.
— E precisava divulgar um vídeo sobre isso?
— Nesse governo, sim. Tudo se resolve nas redes sociais e na base da intriga.
Sempre é tempo
— STF desconfia que há muita grana financiando campanha de difamação da Corte nas redes sociais.
— Só agora desconfia?
— Antes tarde do que nunca.
Frustração
— Nas vésperas da posse de Bolsonaro 75% dos brasileiros acreditavam que ele faria um bom governo.
— E agora?
— Apenas 35% acham o governo bom.
— Uma baita decepção!
Veneno
— Meu maior receio é o de comermos cada vez mais veneno.
— Por que?
— O governo já liberou o uso de 28 agrotóxicos, alguns deles proibidos nos EUA e na Europa.
— O lema de Bolsonaro é “multinacionais acima de todos”...
A palavra de Luciana
O ataque do governo Bolsonaro à
cultura, ao conhecimento e às ciências não é algo aleatório, fruto apenas de
ignorância ou de um exotismo qualquer. Trata-se de um projeto. Para além do seu
desdém pela universidade pública e pelos temas relacionados à subjetividade e à
identidade de nosso povo, o presidente quer minar o pensamento crítico e a
capacidade de reflexão dos brasileiros – afirma Luciana Santos em artigo no
portal Vermelho. Leia aqui http://www.vermelho.org.br/noticia/320122-1.
Convergência combativa
Centrais
sindicais aprovam greve geral contra a reforma previdenciária. Para o presidente
nacional da CTB, Adilson Araújo, “a unidade é essencial para o sucesso da greve
geral e estamos dando passos decisivos nesta direção.” Dirigentes das centrais sindicais bateram o martelo na
convocação de uma greve geral em defesa das aposentadorias públicas e contra a
reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro, que na opinião dos
sindicalistas significa um retrocesso inaceitável e só interessa ao
empresariado e em particular a banqueiros e rentistas. Leia mais https://bit.ly/2GQvMfx
Sem perspectivas
Queda
da indústria revela precipício bolsonarista. Um abismo chama outro. O axioma explica bem o declínio da indústria
brasileira, que poderia estar em outra situação se o governo atuasse para
libertar a vasta área de consumo que padece com a falta de renda. Sem renda,
não há consumo. Sem consumo, a produção trava. Sem essa dinâmica, o
desenvolvimento do país não se realiza. Leia editorial do portal Vermelho https://bit.ly/2GOJOhB
Chamamento à luta
Unidade e
luta em defesa da aposentadoria. Para o PCdoB, é fundamental, neste
ano, no Brasil, que a data simbolize a retomada das jornadas de luta contra os
retrocessos, perdas de direitos que já se anunciam nos primeiros meses do
governo Bolsonaro. Além, de assegurar a bandeira em defesa da aposentadoria,
emprego e democracia. Leia mais https://bit.ly/2XSRXHs
República esgarçada
A luta
democrática e o abuso de autoridade. Além da persistente crise estrutural
e sistêmica na política, na economia e no ambiente social, que tanto sofrimento
impõe ao povo e desestrutura a Nação, as confusões, a falta de rumo, as
disputas internas e o reacionarismo do governo Bolsonaro têm agravado de forma
exponencial essa situação. Leia o artigo de Ronald Freitas https://bit.ly/2WeVvUc
Interesses escusos
A relação promíscua entre a indústria do
compliance e os procuradores nos EUA. Não se irá entender a
articulação de procuradores e juízes punitivistas ao redor do mundo, unidos em
torno da bandeira anticorrupção, se não incluir na analise a milionária
indústria do compliance – a tecnologia dos modelos de
governabilidade destinados a vacinar uma empresa contra a corrupção e que tem
nos grandes escritórios de advocacia e empresas de auditoria os maiores
beneficiados. Em quase todos os países, o jogo é padrão. No início, uma
campanha sem quartel dos procuradores contra empresas suspeitas, infundindo
terror nos empresários direta ou indiretamente ameaçados pelas investigações.
Depois, a campanha pela implementação de sistemas de compliance nas empresas por grandes escritórios
de advocacia, abrindo um mercado de trabalho para os procuradores. Leia artigo
de Luís Nassif https://bit.ly/2UHcyNf
28 abril 2019
Tereza Costa Rêgo, sempre
Hoje, Tereza Costa Rêgo celebra 90 anos. Uma vida marcada pela ousadia, rupturas e descobertas. Uma mulher adiante do seu tempo.
Acesse
o canal ‘Luciano Siqueira opina’, no
YouTube https://bit.ly/2VhdfBf
Leia mais sobre temas da atualidade: https://bit.ly/2Jl5xwF
27 abril 2019
Zorra total
— Em conversa com jornalistas, Bolsonaro admitiu a volta do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) para o Ministério da Economia.
— Sérgio Moro foi ao Twitter defender a permanência no Ministério da Justiça.
— Mas o presidente não disse que “Ministro concorda ou se cala”?
— Disse, mas no governo a zorra continua...
Ridículo fracasso
Kim
Bolsonaro tem a pior aprovação de um presidente na marca dos 100
dias
Muitos brasileiros expressaram
a esperança de que, uma vez no cargo, Bolsonaro deixasse de lado a demagogia e
a intolerância para enfrentar os enormes desafios. Não aconteceu.
Helder Ferreira do Vale, Jornal GGN
O
presidente brasileiro Jair Bolsonaro foi eleito no ano passado com uma onda de revolta popular contra a estagnação
da economia e o caos político do país, prometendo aos eleitores um “futuro
melhor“.
Depois
de pouco mais de 100 dias no cargo, muitos brasileiros acham que esse ex-congressista de direita não
cumpriu essa
promessa.
O índice de aprovação de
Bolsonaro, que começou a cair imediatamente após sua posse em 1º de janeiro,
tombou de 49% em janeiro para 34% no final de março, segundo o Instituto Brasileiro de Opinião
Pública e Estatística. Esse é o menor índice já registrado para um
presidente brasileiro na marca dos 100 dias.
Nepotismo,
discurso de ódio e má administração
A ascensão de Bolsonaro
para liderar o maior país da América Latina após 13 anos de liderança esquerdista foi
possível graças a anos de sobreposição de crises políticas, econômicas e
criminais que criaram desilusão generalizada em todo o Brasil.
Capitalizando as
frustrações dos eleitores, Bolsonaro, um antigo representante da Câmara dos
Deputados, dirigiu uma campanha polarizada de forasteiros, não muito diferente
da campanha presidencial de 2016 de Donald Trump, agora um aliado próximo. Ele
demonizou mulheres e minorias, atacou instituições democráticas e, segundo um
tribunal brasileiro, incitou o ódio e a violência.
Ainda assim, ele
conquistou a presidência em outubro passado com 55% dos votos, menos que os mais de 60% recebidos pelo
ex-presidente esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva , que venceu as eleições de 2002 e
2006. No Brasil, o voto é obrigatório.
Muitos brasileiros
expressaram a esperança de que, uma vez no cargo, Bolsonaro deixasse de lado a
demagogia e a intolerância para se concentrar em enfrentar os enormes desafios
que o Brasil enfrenta. Estes incluem uma economia estagnada por muito tempo , corrupção generalizada do governo e violência urbana que bate recorde.
Isso não aconteceu.
Horas depois de tomar
posse, Bolsonaro emitiu uma ordem executiva que diminuiu as proteções ambientais da Amazônia, ultrajando os ambientalistas em todo o mundo e
colocando em risco os brasileiros indígenas que vivem na maior floresta
tropical do mundo.
Em uma recente visita ao
Museu do Holocausto em Israel, Bolsonaro fez manchetes por afirmar que o Partido Nazista da Alemanha era um regime de
esquerda. Seu
ministro das relações exteriores só piorou as coisas quando defendeu os
comentários de seu chefe, explicando que tanto os nazistas quanto os
socialistas são ” anti-capitalistas, antirreligiosos, coletivistas
[e] contra a liberdade individual.”
Escolhendo
lutas desnecessárias
Bolsonaro demonstrou
falta de domínio do processo legislativo, apesar de ter sido um legislador por
quase três décadas.
Reformar o sistema de
previdência caro e em dificuldades do Brasil foi uma das principais promessas eleitorais de Bolsonaro para impulsionar a
economia. Mas a má administração das negociações em torno de uma lei para
salvar o Brasil de US$ 270 bilhões nos próximos 10 anos, elevando a idade de aposentadoria e
aumentando as contribuições individuais, frustrou a frágil coalizão entre
partidos de legisladores que trabalha para aprovar seu plano.
Bolsonaro escolheu brigas com os defensores do projeto, incluindo o
presidente da câmara. E ele não conseguiu explicar os aspectos críticos da reforma proposta.
A reforma
previdenciária, que exige a aprovação de três quintos do Congresso, parece improvável que aconteça antes do prazo fixado em junho para
Bolsonaro – se é acontecerá.
Gabinete
controverso de Bolsonaro
Preocupações com a
corrupção também prejudicaram os primeiros 100 dias de Bolsonaro.
Bolsonaro não conseguiu
levar a sério alegações de corrupção repetidas contra vários assessores. Isso é arriscado no Brasil, onde uma
investigação judicial de vários anos ainda está em andamento e enviou dois presidentes, vários legisladores e dezenas de executivos para a prisão por
suborno.
E Bolsonaro recentemente
levantou as sobrancelhas ao sugerir que gostaria de nomear seu filho Carlos, um
vereador de extrema direita do Rio de Janeiro que administra o Twitter do
presidente, para se juntar ao seu gabinete . Todos os três filhos do presidente
desempenham um papel extraordinariamente ativo no governo de seu pai.
As freqüentes
referências positivas de Bolsonaro à ditadura militar como forma de governo
também preocupam os críticos.
Os protestos eclodiram
no início de abril, depois que Bolsonaro convocou os brasileiros para homenagear o aniversário do golpe de 1964 que deu início ao regime militar no
Brasil. A ditadura militar de 24 anos do Brasil custou 191 vidas, “desapareceu” 210 dissidentes e torturou
vários milhares de pessoas, segundo um relatório do governo de 2014 .
“Liberdade e democracia só
existem quando as forças armadas querem”, comentou Bolsonaro desde então.
Bolsonaro serviu nas
forças armadas brasileiras. Seu vice-presidente, Hamilton Mourão, é um general aposentado. E oito dos 22
ministros do gabinete de Bolsonaro são oficiais militares.
Essa é uma proporção
maior de militares do governo do que qualquer administração democrática
anterior no Brasil – maior até do que alguns de seus regimes autoritários .
Alguns dos ministros
civis de Bolsonaro são igualmente controversos.
Damares Alves, pastora
evangélica escolhida para liderar o Ministério da Mulher, Família e Direitos
Humanos do Brasil, assumiu a missão de promover “valores familiares”, o que implica promover valores tradicionais e
combater o aborto, bem como a igualdade de gênero.
“É uma nova era no
Brasil: os meninos usam azul e as meninas usam rosa!”, ela anunciou em seu primeiro dia no escritório.
Historicamente, o
ministério de direitos humanos tem trabalhado para melhorar a vida das minorias
no Brasil e garantir sua proteção legal.
E o ex-ministro da
educação de Bolsonaro, Ricardo Vélez Rodríguez – que foi demitido por má administração – indignou os professores quando ordenou
que todas as escolas públicas submetessem ao ministério um vídeo de crianças
cantando o hino nacional no primeiro dia do novo ano escolar.
A taxa de alfabetização
do Brasil está entre as mais baixas da América Latina, com 92%. E
a taxa de desistência escolar está entre as mais altas da região: 28% dos estudantes nunca se formaram.
Sua demanda também pode
ter sido ilegal, uma vez que a lei brasileira proíbe o registro de menores sem
o consentimento dos pais.
Bolsonaro foi eleito
para tirar o Brasil de uma profunda depressão. Depois de três meses no
cargo, o “futuro melhor” prometido parece muito com a crise que veio antes.
Helder Ferreira do Vale é professor
Associado da Escola de Pós-Graduação em Estudos Internacionais e de Área da
Universidade Hankuk de Estudos Estrangeiros
Pensamento crítico
Manterei
respeito à filosofia e à sociologia, diz Flávio Dino
Governador do Maranhão demonstrou insatisfação com ideia de
Jair Bolsonaro de retirar recursos de faculdades de ciências humanas.
Portal Vermelho
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), deu a entender que não vai acatar a ideia do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que estuda cortar verbas das faculdades de ciências humanas. “No âmbito estadual, sempre manterei o respeito aos cursos de filosofia e sociologia”, disse.
O governador maranhense também afirmou que “sem ideias e pensamento crítico nenhuma sociedade se desenvolve de verdade”. Para ele, a exclusão dos cursos de humanas vai influenciar nos direitos da população. “Não haverá o bem-viver que tanto buscamos como direito de todos”, argumentou no Twitter.
No âmbito estadual, sempre manterei o respeito aos cursos de filosofia e sociologia. Sem ideias e pensamento crítico nenhuma sociedade se desenvolve de verdade. E não haverá o bem viver que tanto buscamos como direito de todos.
Na manhã desta sexta-feira (26/04/2019), Bolsonaro afirmou que o governo estuda tirar recursos dos institutos de ciências humanas. Segundo ele publicou em conta oficial no Twitter, a ideia do ministro da Educação, Abraham Weintraub, é “descentralizar investimento em faculdades de filosofia e sociologia”.
O presidente, no entanto, informou que alunos já matriculados
nos cursos de humanas não devem ser afetados, mas o “objetivo é focar em áreas
que gerem retorno imediato ao contribuinte, como veterinária, engenharia e
medicina”.
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Medo de quê?
— Bolsonaro quer transferir recursos dos cursos de Sociologia e Filosofia para Engenharia e Veterinária.
— Por que?
— Diz ele que estudo técnico dá mais retorno para o cidadão.
— E pensar sobre o mundo em que vivemos e compreender a.nossa sociedade não dá retorno?
— Para ele, não. Dá medo.
26 abril 2019
Voz altiva
Em entrevista a El Pais e à Folha de S. Paulo, Lula diz que não troca a sua dignidade pela liberdade. Reafirma a sua inocência e a sua determinação em seguir lutando pela democracia e pelos direitos do povo.
Direitos do idoso
Uma breve intervenção minha na 5a. Conferência Municipal da Pessoa Idosa, no Recife.
Imbróglio
'Bolsonaro distribui cargos de segundo escalão para conquistar maioria parlamentar em favor da reforma da Previdênciua, mas a manobra dá sinais de que fracassará' [Tomara, para que os direitos do povo sejam preservados].
Palpite infeliz
— Veja só aonde chegamos!
— !?
— Analista político da CBN diz que Bolsonaro “está menos envergonhado” com a reforma da Previdência e que isso “é muito positivo”.
— São os limites do baixo clero. Infelizmente.
Leitura do jogo
Para ser um ótimo técnico,
não basta ter conhecimento
É
necessário ter também sabedoria, enxergar os detalhes subjetivos e objetivos
Tostão na Folha de S. Paulo
Os
estaduais, que não precisam acabar, mas que deveriam ser mais curtos, são como
as novelas. Os capítulos são longos, repetitivos e tediosos, à espera do grande
final, da festa emocionante. Parece até que, na média, as partidas foram
excelentes.
Já
o Brasileiro seria
como os grandes romances. Ainda mais se for bem jogado. As belíssimas tramas
perpassam todos os capítulos, sem depender do final, que pode ser emocionante
ou apenas um complemento. Assim é também a vida. A existência é muito mais
interessante que o fim, sem graça e sem escolha.
Antes
de começar o Brasileiro, continuam a Copa do Brasil e
a Libertadores.
O Flamengo tem grande chance de se classificar, mas, fora de casa, tem de ficar
atento aos perigos que são LDU e Peñarol. O time, com todos os jogadores em
boas condições, possui, do meio para frente, no mínimo, seis atletas bons e do
mesmo nível (Bruno Henrique, Vitinho, Arrascaeta, Gabigol, Diego e Éverton
Ribeiro). Dois ficam na reserva, já que Abel está cada dia mais convencido de
que o volante Willian Arão não pode sair do time, como muitos pedem. Sempre
quando o time perder, dirão que faltou o jogador que estava na reserva.
A
equipe precisa ter, no mínimo, um armador. Possui dois, Diego e Éverton
Ribeiro. Se Diego ficar na reserva, Éverton Ribeiro deveria jogar pelo meio,
como fez no primeiro jogo contra o Vasco. Arrascaeta é um meia-atacante. Bruno
Henrique é o que tem se destacado mais. Ele e Gabigol podem jogar pelo centro
ou pelo lado. Já Arrascaeta se dá bem quando atua pela esquerda. Abel Braga tem
variado e posicionado bem os jogadores.
Arão
é um volante que marca e chega rapidamente ao ataque, para finalizar, além de
ser bom nas jogadas aéreas, de bolas paradas. Assim jogou Paulinho,
na seleção, e atua Elias, no Atlético. Arão é um volante sem talento
para chegar à frente trocando passes, como um bom meia.
Mano Menezes passa
a ter um problema parecido com o de Abel, escalar juntos Thiago Neves e
Rodriguinho. Fez isso no momento certo, quando o Atlético vencia por 1 a 0.
Saiu o volante Romero. Mas não foi por isso que saiu o gol de empate, e sim
pela belíssima jogada individual de Pedro Rocha. Logo que empatou, Mano voltou
aos dois volantes, com a entrada de Lucas Silva no lugar de Rodriguinho.
É
querer demais que o precavido e seguro Mano Menezes escale habitualmente, desde
o início, Rodriguinho e Thiago Neves. Se isso acontecer, o técnico vai se olhar
no espelho e dizer: "Não acredito que você fez isso".
Se
o técnico do Cruzeiro ou o do Flamengo fossem Guardiola, certamente escalariam
um volante e dois meias, como faz o Manchester City. Mas, para isso, teriam de
mudar outros parâmetros estratégicos, o que não é comum nos times brasileiros.
Outro
técnico que substituiu bem, no momento certo, foi Carille,
na decisão paulista, ao colocar Vagner Love, muito mais para ser um segundo
atacante do que para jogar aberto, como fazia Pedrinho. O gol do Corinthians
foi belíssimo, pelo passe preciso de Sornoza e pela conclusão
de Love.
Carille não é um iluminado, é muito bom treinador.
Para
ser um ótimo técnico, não basta ter informação, conhecimento. É necessário ter também
sabedoria, enxergar os detalhes subjetivos e objetivos, além de fazer com os
jogadores executem bem o que foi planejado. A sabedoria não está nas escolas,
nos livros, mas, sem os livros, não existe sabedoria.
Negociata
— Você viu? Bolsonaro libera R$ 10 milhões em emendas por ano para cada parlamentar que vote a favor da reforma da Previdência, mas deputados de centro-direita acham pouco
— Voto contra o povo custa caro.
Obscurantismo
Bolsonaro se cobre de
ridículo ao vetar propaganda inócua do BB
É preciso um parafuso a menos para se
ofender com o comercial
Tony Goes, na Folha de S. Paulo
Quando saiu a notícia de que o presidente Jair
Bolsonaro havia não só mandado cancelar a nova campanha publicitária do Banco
do Brasil, como também demitir o diretor de marketing que a aprovou, achei que o comercial censurado trazia
alguma coisa de grave.
“Grave”, é claro, para o moralismo raso de Bolsonaro e seus seguidores mais fanáticos. Sim, raso: nesta mesma quinta-feira (25), o mandatário supremo da nação disse, durante um café da manhã com jornalistas, que “quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. Agora, não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay aqui dentro”. Ou seja, turismo sexual no Brasil pode, talkei? Contanto que seja sexo heterossexual.
Concluí que o filme do BB, criado especialmente para celebrar a diversidade racial e sexual dos jovens brasileiros —um segmento cobiçadíssimo por qualquer instituição financeira– mostrasse um “trisal”, um casal de três, como na propaganda recente de uma cadeia de lanchonetes. Ou, talvez, um par de lésbicas trocando um selinho? Dois homens vestindo rosa e embalando um bebê?
“Grave”, é claro, para o moralismo raso de Bolsonaro e seus seguidores mais fanáticos. Sim, raso: nesta mesma quinta-feira (25), o mandatário supremo da nação disse, durante um café da manhã com jornalistas, que “quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. Agora, não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay aqui dentro”. Ou seja, turismo sexual no Brasil pode, talkei? Contanto que seja sexo heterossexual.
Concluí que o filme do BB, criado especialmente para celebrar a diversidade racial e sexual dos jovens brasileiros —um segmento cobiçadíssimo por qualquer instituição financeira– mostrasse um “trisal”, um casal de três, como na propaganda recente de uma cadeia de lanchonetes. Ou, talvez, um par de lésbicas trocando um selinho? Dois homens vestindo rosa e embalando um bebê?
Nada disso. A peça vetada mostra apenas gente “descolada”, esse
termo que os publicitários adoram, mas inexiste na vida real. Tem até um senhor
de barba branca. Nenhum deles está fazendo algo mais escandaloso do que dançar
no meio da rua. Todos sozinhos, sem agarrar ninguém, nem dando pinta de suas
orientações sexuais. E qual deles é a atriz transexual? A que está
corrompendo a juventude, tirando um selfie?
Para quem achou que o destrambelhado Bolsonaro iria ascender à seriedade que o
cargo exige, eis aí a prova em contrário. Quando deputado, ele dizia que as
minorias devem se submeter à maioria. Agora no Planalto, o presidente de todos
os brasileiros não quer que alguns de seus governados apareçam dançando na
propaganda do maior banco do país.
Muitos de seus eleitores votaram em Bolsonaro por puro antipetismo. Alguns acreditavam que a autodeclarada homofobia do então candidato era só “da boca pra fora”, como defendeu Regina Duarte. A atriz se esqueceu de que as palavras também ferem a alma, e que podem incentivar alguém a ferir o corpo de outro alguém. E se fosse racismo? Tudo bem ser apenas “da boca pra fora”?
Acontece que a homofobia de Bolsonaro é para valer. E também muito útil: ela se insere perfeitamente no arsenal que o presidente e seus filhos utilizam para manter a guerra cultural permanente. Como se a maior ameaça ao Brasil fosse o golden shower, ou uma moça negra de cabelos curtos tingidos de louro.
É patético que tenhamos que perder tempo discutindo “boutades” enquanto o desemprego não diminui, o dólar sobe e a imagem do país despenca no exterior. Mas este é o presidente que 60% dos eleitores brasileiros cravaram nas urnas. Temos o que escolhemos. Temos o que merecemos.
Muitos de seus eleitores votaram em Bolsonaro por puro antipetismo. Alguns acreditavam que a autodeclarada homofobia do então candidato era só “da boca pra fora”, como defendeu Regina Duarte. A atriz se esqueceu de que as palavras também ferem a alma, e que podem incentivar alguém a ferir o corpo de outro alguém. E se fosse racismo? Tudo bem ser apenas “da boca pra fora”?
Acontece que a homofobia de Bolsonaro é para valer. E também muito útil: ela se insere perfeitamente no arsenal que o presidente e seus filhos utilizam para manter a guerra cultural permanente. Como se a maior ameaça ao Brasil fosse o golden shower, ou uma moça negra de cabelos curtos tingidos de louro.
É patético que tenhamos que perder tempo discutindo “boutades” enquanto o desemprego não diminui, o dólar sobe e a imagem do país despenca no exterior. Mas este é o presidente que 60% dos eleitores brasileiros cravaram nas urnas. Temos o que escolhemos. Temos o que merecemos.