Matéria do jornal Extra diz
que após cinco anos em queda, o número de mortes por acidente de trabalho
voltou a crescer no Brasil. De acordo com dados no Ministério Público do
Trabalho (MPT), no ano passado foram registrados 2.022 óbitos, enquanto em
2017, foram computadas 1.992 mortes em ofício. Anteriormente, o último
crescimento regsitrado foi entre 2012 e 2013, quando o índice saltou de 2.561
para 2.675. Leia mais https://bit.ly/2WzHL9P
A construção coletiva das idéias é uma das mais fascinantes experiências humanas. Pressupõe um diálogo sincero, permanente, em cima dos fatos. Neste espaço, diariamente, compartilhamos com você nossa compreensão sobre as coisas da luta e da vida. Participe. Opine. [Artigos assinados expressam a opinião dos seus autores].
31 maio 2019
Má fama
— The Economist volta a dizer que Bolsonaro é um presidente “sem noção“.
— Oxente! Essa revista é porta-voz do grande capital financeiro que apostou na eleição dele.
— Pois é, a incompetência do “mito“ corre o mundo...
30 maio 2019
Fato novo que pode desequilibrar
Foto: Pedro Caldas
Juventude nas ruas
Luciano Siqueira
Importa
pouco medir o tamanho das manifestações de hoje, promovidas pela UNE e pela
UBES e entidades de docentes, em comparação com as do último dia 15. Importa anotar
o fato novo na cena política: a juventude toma as ruas.
Num ambiente
de corrosão das expectativas (antes majoritariamente positivas) em relação ao
governo Bolsonaro, que agora completa cinco meses, este é um fato novo
relevante.
Pode contribuir
para alterar, gradativamente, a correlação de forças – que emergiu das urnas de
outubro adversa ao campo democrático e popular.
O movimento
estudantil acumula tradição de luta democrática. Sobretudo do período de
superação do Estado Novo, na década de quarenta do século passado, aos dias
atuais, passando pela resistência ao regime militar instaurado em 1964.
No curso
da História os fenômenos não se repetem com exata feição anterior. Guardam sempre
elementos novos.
Os movimentos
juvenis de agora ainda estão por revelar seus traços contemporâneos,
sintonizados com as condições atuais da luta.
Porém,
tudo indica, vieram para permanecer. E poderão assumir uma tendência crescente,
ainda que permeado por “dias de luta” mais, ou menos, concorridos.
A bandeira
de luta erguida pelos estudantes, a defesa da Educação pública, exibe a um só
tempo o status de espontaneamente prioritária aos olhos da maioria do povo e a
condição de minar um dos itens da agenda ultraliberal bolsonarista.
O que
contem em si mesmo um poder de fogo formidável.
É acompanhar
e conferir.
Leia mais sobre temas da atualidade: https://bit.ly/2Jl5xwF
Coisas do nosso futebol...
Amor, ódio e o novo capitão
da seleção brasileira
Existem muitas lendas, mitos e
exageros sobre os capitães no futebol brasileiro
Tostão,
na Folha de S. Paulo
A seleção,
com Tite desde as eliminatórias para a Copa de 2018, tem jogado com um trio no
meio-campo, formado por um volante e um meio-campista de cada lado, que marcam
e atacam. Nas eliminatórias, eram Casemiro, Paulinho e Renato Augusto. No
Mundial, entrou Coutinho no lugar de Renato Augusto. Na Copa América, deve ser
Arthur ou Allan, Casemiro e Coutinho. Podem chamar de 4-3-3 ou de 4-1-4-1. Não
faz diferença.
Coutinho costuma, naturalmente, alternar o desenho tático
durante o jogo. Ele avança pelo centro, como um meia ofensivo, e deixa o
meio-campo com os dois volantes, Casemiro e Arthur. O time passa a jogar no
4-2-3-1. Neymar pode
também atuar pelo meio, revezando com Coutinho, um pela esquerda e outro pelo
centro.
Os números servem apenas de referências, para jogadores e
técnicos, para a TV exibir o desenho tático antes do jogo e para os
comentaristas mostrarem que conhecem bem o assunto. Quando a bola rola, os
jogadores não param de correr e, a cada instante, formam um sistema diferente.
Alguns analistas, durante as partidas, tentam correr atrás dos jogadores, para
descobrir a formação tática do momento.
Se a seleção não for bem e se Neymar não der show, ele e Tite serão duramente criticados. A pressão é grande. Existe, nos programas esportivos diários, um excesso de informações e de opiniões sobre Neymar, da escolha do capitão e de suas atuações até longas discussões sobre suas baranguices fora de campo. Há coisas mais importantes. A seleção não é só Neymar. Existe uma relação de amor e ódio a ele, no momento mais de ódio.
Se a seleção não for bem e se Neymar não der show, ele e Tite serão duramente criticados. A pressão é grande. Existe, nos programas esportivos diários, um excesso de informações e de opiniões sobre Neymar, da escolha do capitão e de suas atuações até longas discussões sobre suas baranguices fora de campo. Há coisas mais importantes. A seleção não é só Neymar. Existe uma relação de amor e ódio a ele, no momento mais de ódio.
Existem muitas lendas, mitos e exageros sobre os capitães na
história do futebol brasileiro. Os grandes times sempre tiveram vários em
campo. Na Copa de 1970, Gérson foi o principal. Daniel Alves, escolhido
por Tite, sempre foi um dos capitães em campo. Agora, é o oficial,
merecidamente. Em campo, Daniel Alves talvez seja o jogador mais lúcido e
sóbrio, embora seja excêntrico fora dele.
Enquanto a seleção
brasileira treina, continuam outras competições. O Brasileiro
está no início, e já começaram a avacalhar a competição. Alguns
clubes vendem o mando de campo, os técnicos, por causa de jogos no meio e no
fim de semana, em vez de poupar dois ou três jogadores, escalam quase ou todos
os reservas, e, ainda, os dirigentes cedem, sem protestar, jogadores
importantes às seleções de base, além dos que jogarão a Copa América.
O Athletico,
mesmo fora, contra o River Plate, pode ser campeão da Recopa Sul-Americana, o
que será importante para reforçar sua posição entre os grandes do futebol
brasileiro. A equipe paranaense tem a vantagem de um gol.
Pela Copa do Brasil, o Bahia, por jogar em casa, ter a vantagem
de um gol e ser bastante organizado, tem ótimas chances de eliminar o São
Paulo, uma equipe ainda indefinida. Alexandre Pato continua
disperso, perdido, sem saber seu lugar.
O Cruzeiro vai
muito mal, dentro e fora de campo. São gravíssimas e contundentes as
acusações mostradas pela Rede Globo, do ponto de vista contábil, esportivo e
criminal. Há muito tempo isso já era conversa de botequim. A Polícia Civil está
investigando. Vamos aguardar.
O Cruzeiro, seja com os dois meias, Thiago Neves e Rodriguinho,
desde o início, seja com a entrada de mais um volante, no segundo tempo, no
lugar de Rodriguinho, não melhora. Não parece ser apenas uma má fase.
[Ilustração: Giersing]
Leia mais sobre temas da atualidade: https://bit.ly/2Jl5xwF
Tíbio e nefasto
Não há mais dúvida de que a máscara de “mito”
que levou Jair Bolsonaro à Presidência da República atualmente ilude apenas uma
parcela cada vez menor da sociedade. A maioria, atestam as pesquisas, já
compreende que as promessas feitas na campanha eleitoral se mostraram
disparatadas e são desmentidas cotidianamente. A parcela do povo que acreditou
em seu discurso se vê às voltas com um retrato desfigurado do governo que
imaginava e começa a mudar de atitude. Leia mais https://bit.ly/2wshxHX
Outro rumo
Flávio Dino
diz que economia só sairá do chão com outra agenda. A queda do Produto Interno Bruto de 0,2% no
primeiro trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores, foi o
primeiro resultado negativo trimestral e deixa a economia do país no chão. Não
havia um resultado negativo desde o último trimestre de 2016. “País precisa de menos
perseguições ideológicas e mais foco no essencial: retomar investimentos
públicos e cortar juros. Só assim haverá impulso aos investimentos privados”,
disse o governador diante do fracasso do governo Bolsonaro.Leia mais https://bit.ly/2wrZj9v
Em queda
— Pesquisa XP/Ipespe revela que entre os eleitores que ganham mais de 5 salários mínimos os que acham o governo Bolsonaro ruim e péssimo passou de 22% para 41%.
— Oxente! Mesmo os ricaços estão ficando contra!?
— Sim. Arrependimento é um direito de todos.
Falácia
‘Depois de o IBGE anunciar o recuo de 0,2% do PIB no primeiro trimestre, o ministro Paulo Guedes, disse que a reação da economia só virá com a aprovação da reforma da Previdência.’ [Segue tentando fazer o povo de bobo].
Estagnação
Como não tirar o
país da crise
Luciano Siqueira
O
tema reclama análise mais circunstanciada. Mas os números do IBGE são claros. Os
primeiros três meses do governo Bolsonaro têm o desenho de uma economia estagnada.
O PIB caiu
0,2% de janeiro a março, comparado ao 4º trimestre de 2018, o primeiro
resultado no vermelho após dois anos (oito trimestres) seguidos de recuperação
da atividade, ainda que com desempenho fraco.
O
PIB havia crescido 1,1% em 2017 e em 2018, para depois afundar em 7,6% em 2015
e 2016.
Que
faz a chamada equipe econômica?
Esperneia
na insistência na consigna “mágica” de que o ajuste fiscal é tudo, sem o qual a
economia não voltará a decolar.
Política
industrial? Nada.
Estímulo
a investimentos produtivos? Zero.
Olhos
fechados ao fato indiscutível de que sem investimentos estatais pesados em infraestrutura
a economia não decola, o emprego não cresce, o consumo permanece decadente e a
estagnação reina.
Nenhum
país do mundo atesta a eficiência da fórmula ultra liberal, tendo como carro
chefe o ajuste das contas públicas.
Os
próprios EUA, Meca do bolsonarismo, navega na economia ostentando dívida
pública trilionária.
Aqui,
a economia não sai do canto e, concomitantemente, se deteriora precocemente a confiança
num governo que a todo instante se mostra sem eira nem beira.
Em
contraposição, uma das tarefas urgentes da oposição é exibir uma plataforma
alternativa à agenda do governo, em torno da qual possam se unir amplas correntes
políticas e sociais e se estimular a resistência popular e democrática.
[Ilustração: Wladyslaw Strzeminski]
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É hoje. Vamos?
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29 maio 2019
República da burrice
Bolsonaro comprova desprezo pela ciência e governa por achismo
Presidente rejeita pesquisas e joga no lixo
estudos que vão contra suas convicções
Bruno Boghossian, na Folha de S. Paulo
Jair Bolsonaro não quer saber de dados e números. “Ao invés de
financiar atos e ‘estudos científicos’ dos mesmos de sempre e ONGs, vamos
destinar recursos para buscar solucionar os reais problemas do Brasil”,
escreveu, no dia 13. Ele queria desdenhar de organizações que brigam pela
preservação ambiental, mas acabou revelando o desprezo de seu governo pela
ciência.
O presidente e seus ministros preferem basear suas decisões em
achismos. Qualquer pesquisa técnica que se choque com suas convicções é
rejeitada. Valem mais as teorias da conspiração e a cegueira ideológica de
ex-astrólogos e youtubers.
Evidências produzidas pelo próprio governo são tratadas como
lixo. Osmar Terra decidiu jogar fora um estudo de R$ 7
milhões sobre drogas feito pela Fiocruz. A pesquisa diz que o
consumo no país não pode ser classificado tecnicamente como epidemia. O
ministro não gostou.
“Andei nas ruas de Copacabana, e estavam vazias. Se isso não é
uma epidemia de violência que tem a ver com as drogas, eu não entendo mais
nada”, afirmou ao jornal O Globo. A caminhada do ministro na orla valeu mais
que os três anos de pesquisa da Fiocruz, com 16 mil entrevistados.
Outro que deixou de lado o método científico é Augusto Heleno. O
jornal Valor Econômico perguntou se o governo tem relatórios que comprovem a
tal doutrinação ideológica nas escolas. “Nossa senhora! Tem muita coisa. Só
WhatsApp e vídeo no YouTube tem uns 300”, disse. O general é chefe da Abin, mas
baseia suas visões em correntes de zap.
Bolsonaro já
distorceu dados oficiais do IBGE sobre desemprego, e seu ministro do
Meio Ambiente questionou estatísticas do desmatamento. O único alento é que,
até agora, o astronauta Marcos Pontes ainda reconhece que a Terra é redonda.
A
desordem no governo é tão grande que Bolsonaro precisou escrever uma
carta e pedir a assinatura de três ministros para convencer
seus aliados a não sabotarem o Planalto.
[Ilustração: Mark Rothko]
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Arte é vida
Tereza Costa Rêgo
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Poesia sempre
Limite
Adão Ventura
E quando a palavra
apodrece
num corredor
de sílabas ininteligíveis.
E quando a palavra
mofa
num canto-cárcere
do cansaço diário.
E quando a palavra
assume o fosco
ou o incolor da hipocrisia.
E quando a palavra
é fuga
em sua própria armadilha.
E quando a palavra
é furada
em sua própria efígie.
A palavra
sem vestimenta,
nua,
desincorporada.
apodrece
num corredor
de sílabas ininteligíveis.
E quando a palavra
mofa
num canto-cárcere
do cansaço diário.
E quando a palavra
assume o fosco
ou o incolor da hipocrisia.
E quando a palavra
é fuga
em sua própria armadilha.
E quando a palavra
é furada
em sua própria efígie.
A palavra
sem vestimenta,
nua,
desincorporada.
[Ilustração: Manabu Mabe]
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Em defesa da Nação
Rogério Cezar de Cerqueira Leite
escreve "Carta a um jovem brasileiro"
Em seu
texto no jornal Folha de S.
Paulo, Rogério Cezar de Cerqueira Leite — físico, professor emérito da
Unicamp, membro do Conselho Editorial da Folha e presidente do Conselho de
Administração do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais) —
diz que que gostaria de escrever uma carta sobre poesia, embora sem o talento
do alemão Rainer Maria Rilke, sobre a importância da literatura, das artes, do
conhecimento; enfim, sobre tudo o que enriquece a humanidade.
Portal
Vermelho
“Mas eis que nossos líderes agridem tudo que
alicerça a cultura de um povo, tal seja a filosofia, a sociologia, a história”,
escreve. “Eu queria escrever-lhe sobre a dádiva da natureza ao brasileiro,
sobre as nossas matas, os nossos rios, a nossa fauna e a nossa rica e bela
biodiversidade, afirma. “Pois bem, nossos dirigentes não apenas corrompem as
providências para amenizar as inexoráveis e trágicas consequências do aquecimento
global como também incentivam o desmatamento e a poluição da atmosfera”,
complementa.
E prossegue dizendo que queria falar ao jovem brasileiro da dignidade do trabalho e da necessidade de conhecimento para enfrentar a dinâmica implacável do progresso tecnológico. “Entretanto, esse novo governo asfixia nossas universidades com cortes de verbas e obtusa perseguição”, afirma. Diz ainda que queria falar de ciência e tecnologia, da consequente industrialização do nosso país e dos benefícios sociais e econômicos que adviriam de investimentos em pesquisas. “Mas esses nossos governantes continuam a desindustrialização começada nos governos Collor e FHC, cortando recursos para ciência, tecnologia e formação pós-graduada, sem o que não haverá industrialização possível já em futuro próximo”, lamenta.
E segue: “Eu queria escrever-lhe sobre o valor da cidadania, da liberdade, sobre a decência do homem de bem. Porém, “esses arremedos de déspotas” que presidem sobre esta nação liberam a posse de armas, cooptam e protegem milicianos, homenageiam extorsionários e torturadores, estimulam a violência. Eu gostaria de poder falar-lhe sobre nosso país, sobre nossa história, nossa arte, nossos escritores, nossa música, nossas conquistas. Mas não posso. Nosso país se curva aos interesses imperialistas dos EUA.”
“Eu queria falar-lhe do ideal de justiça, da solidariedade. Contudo, só vejo ostentação, narcisismo. Juízes vivendo em palácios “nababescos”, servidos a lagostas, pagas com o suor do trabalhador brasileiro. O que um juiz do Supremo come de lagosta e bebe de vinho importado, diariamente em uma única refeição, equivale ao que come por mês uma família que vive com salário mínimo. E, ao contrário de suas excelências, o cidadão brasileiro paga por suas refeições. Eu pensava em conversarmos sobre seu futuro, seus sonhos. E olho para nossos congressistas, supostos guardiões da cidadania e de seu porvir. E só ostentam escandalosa cupidez.”
E conclui: “Confesso que eu queria inculcar-lhe, jovem brasileiro, uma certa compulsão por justiça social, um certo interesse pelo próximo e pelo distante, um pouco de civilidade enfim. Mas seria um esforço perdido, tendo em vista a dominação intelectual e ideológica desse governo por um farsante, obsceno e fascista, uma espécie de Rasputin de bordel. Eu gostaria de encontrar alguma palavra de alento para apaziguá-lo. Eu não queria ser cínico ou parecer desalentado, derrotado. Seria talvez bom se eu pudesse fingir, mentir um pouco. Mas não. Só posso pedir-lhe que me perdoe, e a todos aqueles das gerações que precederam a sua, pelo que lhe subtraíram e talvez também pelo que lhe ensinaram.”
E prossegue dizendo que queria falar ao jovem brasileiro da dignidade do trabalho e da necessidade de conhecimento para enfrentar a dinâmica implacável do progresso tecnológico. “Entretanto, esse novo governo asfixia nossas universidades com cortes de verbas e obtusa perseguição”, afirma. Diz ainda que queria falar de ciência e tecnologia, da consequente industrialização do nosso país e dos benefícios sociais e econômicos que adviriam de investimentos em pesquisas. “Mas esses nossos governantes continuam a desindustrialização começada nos governos Collor e FHC, cortando recursos para ciência, tecnologia e formação pós-graduada, sem o que não haverá industrialização possível já em futuro próximo”, lamenta.
E segue: “Eu queria escrever-lhe sobre o valor da cidadania, da liberdade, sobre a decência do homem de bem. Porém, “esses arremedos de déspotas” que presidem sobre esta nação liberam a posse de armas, cooptam e protegem milicianos, homenageiam extorsionários e torturadores, estimulam a violência. Eu gostaria de poder falar-lhe sobre nosso país, sobre nossa história, nossa arte, nossos escritores, nossa música, nossas conquistas. Mas não posso. Nosso país se curva aos interesses imperialistas dos EUA.”
“Eu queria falar-lhe do ideal de justiça, da solidariedade. Contudo, só vejo ostentação, narcisismo. Juízes vivendo em palácios “nababescos”, servidos a lagostas, pagas com o suor do trabalhador brasileiro. O que um juiz do Supremo come de lagosta e bebe de vinho importado, diariamente em uma única refeição, equivale ao que come por mês uma família que vive com salário mínimo. E, ao contrário de suas excelências, o cidadão brasileiro paga por suas refeições. Eu pensava em conversarmos sobre seu futuro, seus sonhos. E olho para nossos congressistas, supostos guardiões da cidadania e de seu porvir. E só ostentam escandalosa cupidez.”
E conclui: “Confesso que eu queria inculcar-lhe, jovem brasileiro, uma certa compulsão por justiça social, um certo interesse pelo próximo e pelo distante, um pouco de civilidade enfim. Mas seria um esforço perdido, tendo em vista a dominação intelectual e ideológica desse governo por um farsante, obsceno e fascista, uma espécie de Rasputin de bordel. Eu gostaria de encontrar alguma palavra de alento para apaziguá-lo. Eu não queria ser cínico ou parecer desalentado, derrotado. Seria talvez bom se eu pudesse fingir, mentir um pouco. Mas não. Só posso pedir-lhe que me perdoe, e a todos aqueles das gerações que precederam a sua, pelo que lhe subtraíram e talvez também pelo que lhe ensinaram.”
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PCdoB + PPL
PCdoB mais forte para defender a democracia
A
presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, divulgou mensagem saudando a
aprovação pelo TSE da incorporação do PPL ao partido ocorrida nesta terça-feira
(28), por unanimidade. Para a dirigente comunista, a decisão da justiça
eleitoral “simboliza o coroamento de um rico e convergente diálogo político,
ideológico e programático entre as direções das duas legendas”, com o objetivo
de “somar forças para fortalecer a esquerda e ampliar a frente democrática”.
Portal
Vermelho
Leia a íntegra da mensagem:
PCdoB saúda decisão do TSE de aprovar incorporação do PPL
Saudamos, em nome dos comunistas brasileiros, a decisão unânime do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – tomada na sessão plenária da noite deste 28 de maio – que aprovou a averbação da incorporação do Partido Pátria Livre (PPL) ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Enaltecemos a atenção prestada ao processo pelo relator da matéria, ministro Luís Roberto Barroso, e pela presidenta do Tribunal, ministra Rosa Weber. Reconhecimento extensivo aos ministros do TSE e ao representante do Ministério Público Eleitoral.
Esta decisão do TSE simboliza o coroamento de um rico e convergente diálogo político, ideológico e programático entre as direções das duas legendas, cujo início se deu logo após o segundo turno das eleições de 2018.
As elevadas motivações políticas que desencadearam há sete meses o processo que veio a resultar na incorporação do PPL ao PCdoB se comprovam, plenamente, na data de hoje. Com a vitória da extrema-direita nas eleições de 2018, diante das graves ameaças que se anunciavam contra a Nação e a classe trabalhadora, as direções dos dois partidos concluíram que se impunha integrar nossas legendas, somar forças para fortalecer a esquerda e ampliar a frente democrática.
A vida comprovou integralmente a justeza dessa leitura política. Transcorridos cinco meses do governo Jair Bolsonaro, o país enfrenta graves retrocessos, arrastando-se de crise em crise. O regime democrático sofre sérias ameaças, a soberania nacional é aviltada, o patrimônio do país é criminosamente posto à venda. Agravaram-se a estagnação da economia e o desemprego.
Com a incorporação do PPL, gesto de elevado sentido revolucionário, o PCdoB pode, nos termos da lei, superar a antidemocrática cláusula de barreira cujo intuito é banir do parlamento brasileiro as legendas programáticas. Com a dinâmica da integração do Partido Pátria Livre que se realiza em direção à plenitude, em todos os âmbitos, o Partido Comunista do Brasil ganhou significativo reforço por tudo o que representa essa organização revolucionária, por sua tradição de luta, pelo talento e abnegação de seus quadros e militantes.
Partilhamos, então, com o povo, com a classe trabalhadora, com nossos (as) eleitores e eleitoras, este momento de vitória, de grande significado não só para o nosso Partido, mas também para o conjunto das forças progressistas.
Já se vê, mas progressivamente se verá ainda com mais nitidez, o PCdoB mais forte, na linha de frente de oposição ao governo Bolsonaro; na defesa da democracia, da soberania nacional e dos direitos; e buscando, com o conjunto das forças democráticas, populares e patrióticas, construir alternativas para nosso país.
Brasília, 28 de maio de 2019.
Luciana Santos
Presidenta do Partido Comunista do Brasil-PCdoB
PCdoB saúda decisão do TSE de aprovar incorporação do PPL
Saudamos, em nome dos comunistas brasileiros, a decisão unânime do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – tomada na sessão plenária da noite deste 28 de maio – que aprovou a averbação da incorporação do Partido Pátria Livre (PPL) ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Enaltecemos a atenção prestada ao processo pelo relator da matéria, ministro Luís Roberto Barroso, e pela presidenta do Tribunal, ministra Rosa Weber. Reconhecimento extensivo aos ministros do TSE e ao representante do Ministério Público Eleitoral.
Esta decisão do TSE simboliza o coroamento de um rico e convergente diálogo político, ideológico e programático entre as direções das duas legendas, cujo início se deu logo após o segundo turno das eleições de 2018.
As elevadas motivações políticas que desencadearam há sete meses o processo que veio a resultar na incorporação do PPL ao PCdoB se comprovam, plenamente, na data de hoje. Com a vitória da extrema-direita nas eleições de 2018, diante das graves ameaças que se anunciavam contra a Nação e a classe trabalhadora, as direções dos dois partidos concluíram que se impunha integrar nossas legendas, somar forças para fortalecer a esquerda e ampliar a frente democrática.
A vida comprovou integralmente a justeza dessa leitura política. Transcorridos cinco meses do governo Jair Bolsonaro, o país enfrenta graves retrocessos, arrastando-se de crise em crise. O regime democrático sofre sérias ameaças, a soberania nacional é aviltada, o patrimônio do país é criminosamente posto à venda. Agravaram-se a estagnação da economia e o desemprego.
Com a incorporação do PPL, gesto de elevado sentido revolucionário, o PCdoB pode, nos termos da lei, superar a antidemocrática cláusula de barreira cujo intuito é banir do parlamento brasileiro as legendas programáticas. Com a dinâmica da integração do Partido Pátria Livre que se realiza em direção à plenitude, em todos os âmbitos, o Partido Comunista do Brasil ganhou significativo reforço por tudo o que representa essa organização revolucionária, por sua tradição de luta, pelo talento e abnegação de seus quadros e militantes.
Partilhamos, então, com o povo, com a classe trabalhadora, com nossos (as) eleitores e eleitoras, este momento de vitória, de grande significado não só para o nosso Partido, mas também para o conjunto das forças progressistas.
Já se vê, mas progressivamente se verá ainda com mais nitidez, o PCdoB mais forte, na linha de frente de oposição ao governo Bolsonaro; na defesa da democracia, da soberania nacional e dos direitos; e buscando, com o conjunto das forças democráticas, populares e patrióticas, construir alternativas para nosso país.
Brasília, 28 de maio de 2019.
Luciana Santos
Presidenta do Partido Comunista do Brasil-PCdoB
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Recorrência
Messiânicos desastrados
Luciano Siqueira
Nas últimas seis décadas, o Brasil sofreu duros revezes nas mãos de governantes imbuídos de patético messianismo.
Luciano Siqueira
Nas últimas seis décadas, o Brasil sofreu duros revezes nas mãos de governantes imbuídos de patético messianismo.
Nos anos sessenta, Janio Quadros se elegeu prometendo acabar com a
corrupção. Uma vassoura era seu símbolo de campanha.
Final dos anos oitenta, Fernando Collor venceu garantindo que
aniquilaria com os "marajás", detentores de altos cargos no serviço
público que recebiam salários altos.
Agora, com a promessa de armar os cidadãos de bem e liberar
plenamente o aparato policial para matar bandidos ou suspeitos, Jair Bolsonaro
se elegeu presidente.
Além da demagogia rasteira, mais similitudes ente os três:
incompetência administrativa, envolvimento com mal feitos (em surdina),
voluntarismo inconsequente e absoluto desprezo pelos demais poderes da
República, o Parlamento e o Judiciário.
Janio renunciou denunciando a existência de "forças
ocultas", que não lhe permitiram governar.
Collor sofreu impeachment em grande parte como resultante da
subestimação da necessidade de diálogo entre o Executivo e o Legislativo.
Há poucos dias, Bolsonaro divulgou pessoalmente texto atribuído a
um ex-candidato a vereador no Rio de Janeiro, em que aparece vítima das forças
da "velha política", que estariam inviabilizando seu governo.
O que impressiona hoje é que, com tão pouco tempo de governo, a
desconfiança se expanda a ritmo acelerado e tome conta, inclusive, de segmentos
com os quais o presidente assume seus compromissos fundamentais — como o
mercado financeiro.
Nada parece dar certo. Dezenas de decretos se mostram contaminados
por inconstitucionalidades. Intenções anunciadas pelo presidente são
desmentidas por ministros. A grande mídia se sucede em editorais pondo em
dúvida a capacidade do governante. Previsões do PIB vêm sendo refeitas
sucessivas vezes, sempre para menos.
Ontem, no Senado, quando da votação da MP da reestruturação do
ministério, Bolsonaro chegou a enviar carta para convencer os senadores a
aprovar a proposta —fato inusitado, que revela mais uma vez a fragilidade da
base parlamentar governista.
Em condições normais, esse
apelo, em nome do presidente, caberia ao líder do governo ou ao ministro
encarregado da articulação política.
Há que se perguntar: a História
se repetirá mais uma vez?
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28 maio 2019
Quem?
— O ministro Sérgio Moro diz que o texto de decreto das armas foi feito pelo Planalto.
— Tirando o dele da seringa?
— Empurrando a incompetência para o presidente.
— Eita angu de caroço!
O prazer da fotografia
Um detalhe de Luanda, Angola (Foto: LS)
Em qualquer circunstância, luta. Sempre https://bit.ly/30zsWTT
Em qualquer circunstância, luta. Sempre https://bit.ly/30zsWTT
Juntos na quinta-feira
Nesta quinta-feira. Uma bandeira
de luta que é de todos nós.
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Universidades policiadas?
Governo Bolsonaro volta a
pedir atuação de policiais dentro das Universidades
Advocacia Geral da União diz que a universidade
deve ser livre, “mas sem a prevalência de corrente de pensamento específica”
Jornal GGN
O governo de Jair Bolsonaro insiste na caça ao que chama
de “doutrinação” e a liberdade de expressão dentro de Universidades. No ano
passado, instituições de ensino de todo o país foram alvos de ações policiais
por denúncias de campanhas políticas e o Supremo Tribunal Federal (STF)
precisou barrar. Agora, a Advocacia-Geral da União (AGU) volta a pedir a
liberação dos policiais dentro das universidades.
Em petição enviada 7 meses após a decisão unânime do Supremo, a
AGU, que faz a defesa do governo federal, pede que sejam liberadas as operações
de policiais dentro dos campi universitários de todo o país. A medida já havia
sido barrada a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, depois
que, em pelo menos nove estados brasileiros, policiais fizeram ações para
fiscalizar as instituições.
A ministra
relatora, Cármen Lúcia, também defendeu a liberdade de expressão dos espaços
universitários e votou contra o uso policial para tal fim. A posição foi
acompanhada por todo o plenário do Supremo, com os ministros criticando a
tentativa de impedir propagação de ideologias ou pensamento, entendendo que as
ações feriam a liberdade de alunos e professores.
Mas sete meses depois, a AGU apresenta novo parecer defendendo
que a universidade deve ser livre, “mas sem a prevalência de corrente de pensamento específica”
que “eventualmente, essa parcialidade possa interferir no
processo eleitoral”.
No
documento de mais de 30 páginas, a AGU ainda impõe: “permanece
autorizada a discussão de ideias no âmbito das universidades, sempre com espaço
para posições divergentes, desde que semelhante debate possua pertinência com
as atividades acadêmicas e não se converta em autêntica propaganda eleitoral”.
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Revolucionário exemplar
Luciana:
João Amazonas nos fez mais fortes para enfrentar os desafios
Portal Vermelho
Em homenagem a
João Amazonas, dirigente histórico, ideólogo e construtor do Partido Comunista
do Brasil (PCdoB), cuja morte ocorreu há 17 anos, a presidenta nacional do
partido, Luciana Santos, destacou a importância de seu legado. Segundo ela,
Amazonas conduziu a luta dos comunistas em meio a grandes tormentas e deixou
gravadas as linhas básicas que permitiram o PCdoB superar dificuldades e
enfrentar novos os novos desafios da nova luta pelo socialismo.
“Nosso querido João
Amazonas deixou de viver em 27 de maio de 2002. Sem dúvida foi um duro golpe
nas fileiras comunistas não somente no Brasil, mas no movimento comunista
internacional”, afirmou Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB.
A dirigente comunista destacou o papel de
Amazonas “no largo período em que o movimento dos operários e dos trabalhadores
de todo o mundo sofreu revezes e retrocessos. Mas com seu espírito
revolucionário marxista e leninista ele soube conduzir nossa luta em meio a
grandes tormentas”.
Para Luciana,, o ideólogo e líder político
“soube gravar em nossas mentes e corações as linhas básicas que permitiram ao
Partido Comunista do Brasil superar as dificuldades que a luta de classes
impôs”, ressaltou.
João Amazonas, “nos fez mais fortes para
enfrentar novos desafios da luta pelo socialismo em nosso país”, enfatizou
Luciana Santos.
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