04 julho 2019

Uma crônica para descontrair


Notícias que assustam
Luciano Siqueira

Sempre digo e agora repito: a morte não me assusta, encaro-a com naturalidade. Em algum momento essa engrenagem aqui que me mantém atento a tudo e me faz sentir infinito prazer em viver haverá de parar. É da vida.

Mas por obra do capeta, de vez em quando me deparo com informações que me fazem refletir sobre o tema. Parece inevitável.

Como agora, que fico sabendo que pouca massa muscular em braços e pernas pode indicar risco de morte em idosos.

Epa! Tudo a ver comigo: idoso de fato, orgulhosamente assumido.

A notícia está na Folha de S. Paulo. A mortalidade é quase 63 vezes maior em mulheres com pouca massa magra nos membros; entre os homens o aumento é de 11,4 vezes, revela um estudo feito na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP).

Com a palavra a reumatologista Rosa Maria Rodrigues Pereira, que coordenou a pesquisa: “Avaliamos a composição corporal da nossa população, com ênfase na massa muscular, gordura subcutânea e gordura visceral. Em seguida, buscamos identificar quais desses fatores poderiam predizer a mortalidade nos anos seguintes. A quantidade de massa magra nos membros superiores e inferiores foi o que mais se destacou na análise”.

Quem sou eu para duvidar da sentença?

Aqui em casa mesmo, de vez em quando, ouço o comentário de que já não tenho a  musculatura de antes... 

Ou seja, sou vitima do que os cientistas chamam de sarcopenia – perda de músculos associada à idade.

Tem mais: é preciso muito cuidado para que esse sequestro de músculo não esteja associado à osteoporose – ou seja, uma perda de ritmo, digamos assim, na renovação de nossas células ósseas, alertam os amigos médicos.

Tem gente que não pode sequer ouvir falar dessas coisas. De pronto passa a achar que tem tudo isso e mais. O hipocondríaco gosta de sofrer antecipadamente. 

Bem, se assim são as coisas e o tempo já vivido é mesmo referência para as perdas gradativas que cada um de nós sofre, ao invés de brigar com a Natureza ou se afundar em lamúrias, melhor é reagir.

Primeiro e mais importante do que tudo, viver intensamente. Viver e não ter medo de ser feliz em qualquer circunstância, mesmo nas dificuldades. Isso é plenamente possível, sim. Dou o meu testemunho e o meu exemplo.

Segundo, o que não é tão fácil porque exige disciplina, não descuidar da Vitamina D na ingesta de alimentos, tomar sol e praticar exercícios físicos.

Terceiro, se possível não ligar muito para essas notícias que circulam pelas mídias. Só servem para nos assustar.

[Ilustração: Janeisa Tomás]

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