12 agosto 2019

Efeito Orloff?


Bom prenúncio
Luciano Siqueira

Os mais vividos haverão de lembrar o “efeito Orloff“. Foi um desses comerciais de televisão que ficaram no ar por muito tempo em razão do sucesso que obtiveram.

Nunca me interessei em saber se a vodka Orloff aumentou suas vendas por isso.

Mas a frase “eu sou você amanhã“ ficou para sempre.

A oposição acaba de vencer, por largar margem (Alberto Fernández 47% versus Mauricio Macri 32%), as eleições primárias na Argentina.

As “primárias” existem desde 2009, com o propósito de diminuir o número de candidaturas que concorrem. As que obtiverem menos de 1,5% dos votos não estarão habilitadas a disputar o primeiro turno, marcado para 27 de outubro.

Os resultados de ontem são o prenúncio de uma derrota definitiva do atual presidente Macri.

É a rejeição, por larga maioria da população portenha (75% dos eleitores habilitados foram às urnas), da política econômica ultraliberal de vigente, que tem mergulhado o país em profunda e prolongada crise.

Cada país tem suas particularidades. Nunca se deve fazer comparações, ou transposições mecânicas da situação de um para o outro.

Mas há muita semelhança entre a Argentina e o Brasil hoje. Na essência, perseguem o modelo econômico.

Macri hoje é o Bolsonaro de amanhã?

A hipótese é muito plausível. E desejável.

Tanto que Bolsonaro, em conversa recente com o presidente Trump, dos Estados Unidos, chegou a sugerir que o norte-americano fizesse uma visita a Buenos Aires, no início do processo eleitoral, no pressuposto de que isto poderia ajudar seu colega argentino.

Vale acompanhar atentamente. Com um olho lá e o outro cá.

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