01 setembro 2019

Uma crônica do cotidiano


Fio cortado
Luciano Siqueira

Nos tempos de antanho, quando o telefone fixo era tido como uma das grandes invenções da Humanidade — ainda é, creio —, perder o contato com alguém era o caos. 
Precisava avisar em casa que a reunião estourou o tempo, está sem teto previsível, mas tudo bem, nada de extraordinário, sem risco de segurança... Mas, de repetente, a ligação não se completava.
Porém na era dos smartphones em geral a comunicação se interrompe quando alguém o deseja. No WhatsApp, por exemplo, quem não se chateia quando tem seu número bloqueado?
Na verdade, às vezes o bloqueio é involuntário. Ou temporário, dura o tempo em que a raiva passa...
Leio agora que quem desenvolveu o sistema de algoritmos foi William Lee, pesquisador de telecomunicações da Universidade de Nova York. Em 1983, em Chicago, ele fez a primeira aplicação na plataforma de telefonia móvel.
Já o seu colega Martin Cooper chefiou os experimentos que deram no Dyna Tech, primeiro aparelho portátil. Comparando com os de hoje, um monstrengo que pesava pouco menos de um quilo e media 25 centímetros! Assim mesmo causou o maior furor em 1973, em Nova York, quando apresentado em público.
Em nossa terra tupiniquim a ligação por telefone celular aconteceu pela primeira vez no fim do ano de 1990, no Rio de Janeiro. Para servir a não mais do que 700 aparelhos habilitados. 
Em 2018, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, já tínhamos 306 milhões dispositivos portáteis como smartphones, notbooks e tablets - mais de um smartphone ativo por habitante.
Anoto essas informações por pura curiosidade.

E relembro a evolução da telefonia móvel como que em flashback, revendo a fisionomia de estranheza de alguns amigos refratários à inovação tecnológica.

E também as lendas urbanas, que se repetem recorrentemente, dando conta dos males terríveis advindos das ondas eletromagnéticas emitidas pelo aparelhinho hoje de bolso.
Miguel Arraes era governador quando o usou pela primeira vez e virou ícone uma foto dele de chapéu de palha e o aparelho ao ouvido.

Pois é. Você que já me bloqueou e desbloqueou em seguida tenha a tranquilidade de que bem sei que as emoções afetam nosso comportamento. Mesmo por algumas horas. Perfeitamente perdoável.
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