Tá de
boa? Comunismo sim, por que não?
“Queremos um Brasil com mais
equidade, com mais comunhão, mais coletivo, comunitariamente de todos, com mais
justiça, sem opressão e com idênticas oportunidades para todos”
Tô de boa!
Pensamos
por nós mesmos ou pensamos pelos outros para estar de boa?
Quantas
vezes, ao longo de minha vida, a palavra comunismo cresceu como algo ruim para
mim, para a sociedade, como algo fantasmagórico. Diziam, inclusive, que
comunista comia criancinhas. O tema fazia parte das minhas preces noturnas, as
maiores preocupações de minhas insônias, para que o monstro não abrisse a boca
e, em meus sonhos, fosse eu lá a parar no fundo daquela barriga gulosa, que
comia os filhos e os separava dos pais?
Meu
pai foi político, trabalhista e nacionalista, presidente da República e propositor
das “Reformas de Base”. Acusado de comunista, foi derrubado do poder. Pelas
armas. Pela prepotência, pela opressão.
Essa
palavra, “Comunismo”, foi para mim, diria de tal forma, magnanimamente injusta,
pois foi com essa acusação de toda uma parte da sociedade brasileira, carregada
de uma crença errônea sobre o sentido íntegro do comunismo, que ilegalmente
apoiou o 1º de abril de 1964, um Golpe de Estado que rompe a Constituição e
instala no país 21 anos de ditadura. Vieram com ele a censura, as perseguições,
as prisões ilegais, os exílios, as cassações, os desaparecidos do Estado, as
torturas e o selvagismo.
Derrubaram uma democracia,
argumentando que iriam impedir a formação de um governo “comunista”, e
instalaram 21 anos de ditadura, onde para ser presidente da República tinha-se
que ter não votos, mas, sim, estrelas de general no peito. Alguns com quatro,
outros com oito. Que bela democracia, heim?
Até
hoje, neste difícil momento político da luta do desenvolvimento social de nosso
país, a mídia, os grandes grupos industriais, nacionais e estrangeiros
demonizam o comunismo, mas não explicam as suas propostas e objetivos.
Então,
vamos lá.
A
essência de nosso caminho, comunista, vem ao encontro dos jovens, do
“Deboísmo”, do amor à liberdade, da luta contra a opressão, de uma unidade
mundial comunitária, de solidariedade, de justiça sem coronelismo, do amor ao
próximo, e do amor à terra. Almejamos a fraternidade da vida, de todos.
Hoje,
grande parte de nossa juventude, está se afastando do princípio que triunfar na
vida é ter. Os jovens querem estar em harmonia com o meio ambiente, com a
solidariedade, querem viver com menos e viver mais. Querem ter tempo para eles
próprios e para os outros. Hoje, nossos netos querem corrigir a indignação que
sentem quando vêm uma mãe sem teto, embaixo de um viaduto, com uma criança no
colo e sem um pingo de leite para colocar em seus lábios, que suplica aos
transeuntes uma esmola para alimentar. Querem, sim, corrigir essa realidade que
os sufoca. Sentem a injustiça. Isso é uma qualidade humana do comunismo.
É a comunhão com o mundo, é o
respirar à vida através da solidariedade, é olhar os outros como semelhantes,
os sem teto e os que têm fome como um problema de todos, pois vivemos em
comunidade. Ninguém é mais ser humano que ninguém, todos somos comuns, todos
somos filhos de um só planeta.
Essas
emoções de revolta quando vemos uma injustiça é um sentimento comunista. Olha
dentro de ti e se sentires a mesma coisa, quando veres essas realidades a tua
volta, não vais estar de boa. Vais estar querendo mudar. E não poderás
justificar: “Essa vagabunda, está aí jogada com o filho embaixo da ponte, pois
não gosta de trabalhar”. Esse ódio é produto do ultraliberalismo, não é coisa
de comunista.
Quando
a expressão de tua arte for podada, pois ela, a arte, que é a única expressão
humana que pode e deve extravasar a realidade para orientar o coração e mostrar
à humanidade outras alternativas evolutivas, se não o permitirem, verás que
luta contra a opressão é uma coisa “comum” de todos os homens livres.
Uniremos
nossas diferenças religiosas e brasileiras. O sincretismo de nosso povo nos
permite construir e fazer brotar o amor entre nossas crenças miscigenadas de
católicos, umbandistas, espíritas, evangélicos e ficaremos de boa.
O
PCdoB está evoluindo, está crescendo e propondo um novo Brasil, propondo uma
nova harmonia, uma sinfonia com todos os ritmos, das florestas, do cerrado, do
pantanal, da caatinga, dos mares e dos lares, que unificarão uma grande
consciência coletiva com as cores e a esperança do Brasil.
O nosso partido, o PCdoB, fará 100 em
2022.
Não
mudamos de nome como outros, para nos esconder.
Mantivemos
nosso nome, mas atualizamos nossas ideias.
Queremos
um Brasil com mais equidade, com mais comunhão, mais coletivo, comunitariamente
de todos, com mais justiça, sem opressão e com idênticas oportunidades para
todos.
Para
todos nós mulheres e homens, pois somos todos merecedores da Pátria, pois somos
todos brasileiros comuns e donos, para sempre, de nossa esperança no bem de
todos.
Estamos
de boa!
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