PIB de
Bolsonaro e Guedes se agrava com encalacrada mundial
O medíocre
crescimento de apenas 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), valor de todos os
bens e serviços produzidos na economia) em 2019, informado nesta quarta-feira
(4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de certa forma
já era previsto. O país, fortemente atingido pela crise global, caiu nas mãos
de um governo cujo programa destrói as alavancas de proteção da economia — como
as estatais e os bancos públicos — em lugar de utilizá-las contra os efeitos do
fraco desempenho da economia mundial.
Osvaldo
Bertolino, Portal Vermelho
O recrudescimento da crise global já é
uma realidade, de acordo o professor Francesco Schettino, do Departamento de
Jurisprudência da Universidade da Campânia, na Itália, que há anos estuda as
questões referentes à economia europeia e global, em uma ótica voltada à
desigualdade social. Segundo ele, citado pelo site Monitor Mercantil, organismos internacionais como o Fundo Monetário
Internacional (FMI) tentam disfarçar a gravidade da situação com eufemismos e
tergiversações.
Para Schettino, desdobramentos políticos, como o Brexit,
não são as causas da crise. Esses eventos surgem como consequências (ou, talvez
de forma mais clara, como sintomas) do colapso de uma dinâmica global de
acumulação de capital. Um cenário que coloca em risco pilares da própria
democracia representativa, insinuando um novo modelo no qual a gestão da
engrenagem capitalista pode exigir governos cada vez mais despóticos.
Em entrevista, por e-mail, ao Democracia e Mundo do Trabalho em Debate (DMT),
segundo o Monitor
Mercantil, Schettino, entre outros pontos, denuncia processos que
tentam convencer que o abismo entre riqueza e miséria vem diminuindo quando, na
verdade, se torna cada vez maior – o que submete aspectos fundamentais, como o
acesso a serviços básicos e o desenvolvimento de patentes e tecnologias, aos
interesses do capital.
Juro de referência
Os ministros de Finanças e
presidentes de bancos centrais do G-7 disseram que estão monitorando de perto a
disseminação do coronavírus e seu impacto nas condições econômicas e dos
“mercados”. Em comunicado divulgado após teleconferência realizada na
terça-feira (3), eles reafirmaram o compromisso de “usar todas as ferramentas
de política apropriadas para garantir crescimento forte e sustentável e se
salvaguardar de riscos negativos”.
Os bancos centrais do G-7 prometeram continuar cumprindo
seus mandatos, “apoiando a estabilidade dos preços e o crescimento econômico”
e, ao mesmo tempo, “mantendo a resiliência do sistema financeiro”, segundo o
comunicado. As autoridades do G-7 também disseram estar dispostas a ampliar a
cooperação em “medidas oportunas e eficazes” contra a epidemia, conclui o
comunicado.
O que isso tudo quer dizer, não está
claro. Mas, ao que tudo indica, pouca coisa. O Federal Reserv (Fed), o banco
central dos Estados Unidos, decidiu na terça-feira (3) baixar a taxa de juro de
referência da economia em meio ponto percentual, o maior corte desde o início
do pico da crise financeira em 2007-2008, numa votação unânime em uma reunião
convocada de emergência.
“O coronavírus apresenta riscos crescentes para a atividade econômica. À luz
desses riscos e em apoio à consecução de suas metas máximas de emprego e
estabilidade de preços, o (Fed) decidiu hoje reduzir o intervalo de metas para
a taxa de fundos federais em 1/2 ponto percentual”, diz o comunicado da
entidade, de acordo com a mídia norte-americana.
Perda da influência
A Comissão Europeia, por sua vez, afirmou que deverá
baixar as previsões econômicas da Zona Euro e da União Europeia. Os técnicos da
Comissão Europeia alertam que o coronavírus pode levar as economias francesa e
italiana para uma recessão técnica (dois trimestres consecutivos de
contração), assumindo o potencial “efeito de cascata” na economia europeia.
“Podem surgir efeitos de cascata com
origem na falta de liquidez das empresas que tenham de parar a produção, (o que
poderá ser) amplificado e propagado pelos mercados financeiros”, diz o
documento, segundo a agência Bloomberg. A OCDE reduziu a expectativa de crescimento da
economia mundial diante do surto de coronavírus
Se essas previsões se confirmarem, e elas têm tudo para se
tornar realidade, as economias dependentes, como a brasileira, serão duramente
afetadas. A redução do peso político do BRICS (grupo que reúne os países em
desenvolvimento Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) tem forte impacto
na absorção dos efeitos da crise global.
O grupo foi criado para renovar a
arquitetura financeira global por meio da disponibilização de fontes
alternativas de crédito internacional para os seus membros e fugir das
imposições draconianas de organismos como o FMI e do dólar enquanto lastro no
comércio internacional — como o Novo Banco de Desenvolvimento, também chamado
de Banco dos BRICS. Mas, com a perda da influência do Brasil do governo
Bolsonaro, ele se enfraqueceu bastante.
Acesse
o canal ‘Luciano Siqueira opina’, no
YouTube http://abre.ai/aKUs leia mais sobre temas da atualidade: https://bit.ly/2Jl5xwF
Nenhum comentário:
Postar um comentário