Contenção
necessária
Luciano Siqueira
A imprensa registra impressões,
colhidas de fontes palacianas, de que ministros militares têm a avaliação de
que o Congresso tem agido
sistematicamente contra Bolsonaro, tolhendo suas iniciativas.
Na mesma linha, o Supremo Tribunal
Federal também integraria o cerco ao Planalto, na medida em que tem tomado
decisões favoráveis aos governadores e prefeitos empenhados no combate à
pandemia.
Um equívoco.
O mérito não está no dique erguido às
intenções equivocadas do presidente, e sim na natureza delas.
Por seu gosto, Bolsonaro já teria
exposto a população aos rigores da pandemia, pouco se importando com o número
elevado de óbitos. Diz ele que não é coveiro.
Também teria mantido as atividades econômicas
em sua plenitude,
E, se possível, imposto restrições ao
Judiciário e até fechado o Parlamento.
Não fosse os evidentes intentos
ditatoriais do presidente, nem sua gritante incapacidade de exercer o cargo
para o qual foi eleito, não estaríamos presenciando tantas escaramuças entre os
poderes da República.
Sequer o governo estaria atolado em
crise interna, atomizado em grupos de ministros que batem cabeça entre si e
nenhum parece acolher as ordens do mandatário como tais.
Nesse ambiente de instabilidade
institucional, cabe o resguardo do Estado de Direito via observância das normas
constitucionais.
Urge, além disso, fazer convergirem
ideias e iniciativas dos tantos segmentos sociais e políticos interessados em
defender a vida e salvarem a economia e as condições de sobrevivência da população.
Sob o desesperante governo Bolsonaro,
a bandeira da salvação nacional surge como pedra de toque de um paco político e
social que possa vir a livrar o país da crise e das ameaças à democracia.
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