Os desafios para a cidade do Recife
Zanzul Alexandre*
Nossa cidade vive em constante mudança,
temos as mulheres como maioria, porém ainda vivemos uma grave distorção de
ações para que elas sejam protagonistas das mudanças e do desenvolvimento de
nossa cidade. As mulheres hoje representam mais de 53% da população recifense,
em números isso representa 114 mil mulheres a mais, em sua maioria vivem com
menos de um salário mínimo.
Porém essa não é uma realidade pertencente apenas a
capital pernambucana, nosso país é um dos mais desiguais do mundo, tanto
economicamente quanto socialmente. Voltando para o Recife o desafio da
desigualdade social não está apenas nos números, está em cada esquina, quando
paramos para pensar que apenas 26% da população vive em apartamentos e são
nesses locais onde o saneamento, o acesso a água e calçamento são prioridade,
enquanto as periferias da cidade sofrem com a violência, a falta de
infraestrutura, iluminação, equipamentos de lazer e saúde.
Quando nos debruçamos sobre a nossa
cidade, vemos que 61% das moradias são localizadas em Comunidades de Interesse
Social e são nelas que 53% da população da cidade sobrevive.
A questão da qualidade de vida no
Recife sempre foi um desafio, porém há iniciativas importantes que devem ser
destacadas pela sociedade de um modo geral, apresento aqui o equipamento
“multisocial” chamado Compaz, nele a sociedade tem acesso aos mais diversos
serviços de lazer, cultura e acolhimento à mulher vítima de violência,
atualmente existem três equipamentos como este espalhados pela cidade em locais
onde há maior vulnerabilidade social.
Além dessa iniciativa temos outras que
envolvem os padrões urbanísticos e controle urbano e ambiental, como o Plano
Local de Habitação de Interesse Social, onde o objetivo é atender as
necessidades e demandas habitacionais da cidade até o ano de 2027. O Plano de
Mobilidade do Recife que está em andamento e nele terão definições de
estratégias para priorizar o transporte público e o não motorizado de maneira
equilibrada em todo território. E por último, destaco o Projeto Parque
Capibaribe que teve seu início e pretende compreender toda a margem do Rio
Capibaribe como forma de integração da cidade com o rio, colocando o Recife
como uma Cidade-Parque.
Além disso, não podemos esquecer que, a
participação da população e a garantia e ampliação de direitos, poderemos ter
uma cidade mais democrática que se faça pronta aos desafios, vindos a partir de
uma ameaça antidemocrática concreta, com ares de fascismo e de retirada dos
direitos dos trabalhadores, das mulheres e das minorias.
Lutar por uma cidade democrática com a
cara do nosso povo é abarcar os desafios, reconhecer as dificuldades, ser
propositivo e também garantir que nas próximas eleições, possamos colocar uma
bancada de vereadores e prefeito em sintonia com o compromisso democrático, a
participação social e a defesa dos direitos da população.
*Formada em Gestão de Turismo e pós-graduanda em Sustentabilidade Urbana pelo Instituto Federal de Pernambuco.
*Formada em Gestão de Turismo e pós-graduanda em Sustentabilidade Urbana pelo Instituto Federal de Pernambuco.
Texto de coerência que traz sua bagagem de problemas e tb de estratégias e alternativas na construção de uma Recife mais humana e democrática.
ResponderExcluirMuito bem colocado! Excelente texto!!!
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