Socialismo de
Mercado: a influência das diretrizes do Partido Comunista no desenvolvimento
econômico da República Popular da China entre 1979 e 2019
Roberto Y Plá Trevas*
O presente
artigo tem por finalidade fazer uma análise sucinta da influência que o Partido
Comunista da China desempenhou na formação do desenvolvimento econômico da
República Popular da China, no período de 1979 a 2019, quando o dirigente do
PC, Deng Xiaoping, assume a presidência do país e a secretaria-geral do
partido.
A partir de
1979, Deng começa a estruturar uma nova forma de desenvolvimento econômico,
denominado “Socialismo de Mercado”, que vai em sentido contrário da então
doutrina econômica predominante, que seguia o modelo de planificação econômica
adotado anteriormente pelo governo do presidente Mao Tsé-Tung.
Através da
implantação das Zonas Especiais de Exportação (ZEEs), em 1980, a cidade de
Shenzhen, na província de Guangdong, foi escolhida como a primeira a participar
desse novo modelo de desenvolvimento econômico, alcançando um crescimento
excepcional do Produto Interno Bruto (PIB), passando de US$ 4 milhões em 1979
para US$ 345 bilhões em 2019. Tal magnitude de crescimento não havia ocorrido
em nenhum lugar do mundo, até então.
Para lançar uma
reflexão sobre as teorias econômicas correntes, que afirmam que apenas as
economias capitalistas e seus modelos neoliberais podem levar ao crescimento
econômico das nações, analisamos o PIB das atuais cinco maiores economias do
mundo. São elas: Estados Unidos da América, República Popular da China, Japão,
Alemanha e Reino Unido.
Conforme
relatório das Nações Unidas de novembro de 2019, no período de 1980 a 2019, a
evolução do PIB foi a seguinte, em US$ bilhões:
Ano
|
EUA
|
China
|
Japão
|
Alemanha
|
Reino Unido
|
1980
|
2,863
|
303
|
1,087
|
947
|
565
|
2019
|
21,439
|
14,140
|
5,154
|
3,863
|
2,743
|
De acordo
com os dados, constatamos que o PIB americano variou de US$ 2,863 trilhões em
1980 para US$ 21,439 trilhões em 2019, o que representa um crescimento de 7,5
vezes. Ao passo que o PIB chinês evoluiu de US$
303 bilhões para US$ 14,140 trilhões, o que representa um crescimento de 46,7
vezes num período de 39 anos.
Analisando a
estratégia do Partido Comunista da China, com a opção pela implementação do
“Socialismo de Mercado”, fica patente que o desenvolvimento econômico chinês
ocorreu com a intervenção do Estado Chinês, o que contraria os princípios do
capitalismo liberal, em sua concepção de Estado Mínimo.
Finalizando,
fica patente que a intervenção do Partido Comunista da China na condução do
Estado Chinês proporcionou o desenvolvimento econômico do país, entre 1979 e
2019, com altíssimas taxas de crescimento, através da pragmática derivada da
teoria desenvolvimentista denominada “Socialismo de Mercado”, que julgamos dever
ser objeto de estudos mais aprofundados, em face dos exitosos resultados
alcançados.
REFERÊNCIAS: WORLD ECONOMIC SITUATION AND PROSPECTS, 2019. Nações Unidas, 2019. Disponível em <https://www.un.org/development/desa/dpad/wp-content/uploads/sites/45/WESP2019_BOOK-web.pdf>.
Acesso em 13/11/2019.
* Roberto y
Plá Trevas é engenheiro civil e cientista politico. Foi
analista de projetos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social;
gerente de recursos externos da Companhia Hidroelétrica do São Francisco;
Coordenador de Relações Internacionais da Prefeitura do Recife e da Prefeitura do
Jaboatão dos Guararapes, Consultor de Empresas.
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