Frente ampla e eleições municipais
Luciano Siqueira
O Brasil é assim mesmo: complexo e multifacetado em tudo o que verdadeiramente importa. Sobretudo na luta política.
Nada é retilíneo, tudo requer a consideração das muitas faces de um mesmo problema. Pensar dialeticamente.
Numa “live” recente – esse diálogo virtual que se multiplica aos milhões em tempo de pandemia -, me fizeram a pergunta: - A frente ampla agora fica para depois?
Isto porque num dado município de certo porte em Pernambuco, correntes políticas que convergem na oposição ao governo Bolsonaro irremediavelmente competirão entre si na disputa pela prefeitura.
São contradições naturais e contornáveis, como abordei há algum tempo atrás em meu canal no YouTube ('O PCdoB e a política de alianças' https://bit.ly/313VeHg).
O pleito municipal é um episódio local, ainda que se relacione com variáveis nacionais, seja pela dependência financeira dos municípios em relação à União federal, seja porque em certa medida o mapa eleitoral que emerge das urnas pesa na correlação de forças no conjunto do país.
Mas na imensa diversidade regional (e intra-regional) que marca a sociedade brasileira e num espectro partidário em que predominam agremiações partidárias pouco apegadas à coerência programática, as alianças municipais são furta-cor.
Variam no âmbito de uma microrregião do estado, por exemplo.
A um partido ideologicamente firmado, programático e uno como o PCdoB não cabe jamais desconhecer essa realidade.
Cabe seguir, como sempre, adotando condutas flexíveis e amplas na concertação de alianças, tendo como fio condutor propostas comuns para o município. Respeitando, quando for o caso, discrepâncias em relação à contenda nacional.
Também conviver com distintos projetos que se desenham tendo em vista a disputa pelo governo do estado, em 2022. Pelejamos agora numa mesma direção e depois será “outro dia”...
A prática política consequente requer isso. Como a água da chuva, que não perde a sua identidade e ao tomar o solo penetra em todas as brechas...
Nesse ambiente, a ideia força “cidades democráticas e mais humanas” emerge como referência para a aglutinação de correntes políticas locais em torno da candidatura majoritária comum.
A quase totalidade das prefeituras amarga dificuldades imensas decorrentes do enfrentamento da pandenma sem a ajuda necessária do governo federal. Já enfrenta, inclusive, um déficit financeiro comprometedor.
Aos novos governantes caberá de imediato assegurar o pagamento da folha do funcionalismo municipal, o início do ano letivo com alunos uniformizados, material escolar à mão, escolas em condições de funcionamento, com o corpo docente pronto, a merenda escolar equacionada.
Terão que garantir eficiente recolhimento e destinação do lixo, o funcionamento das unidades de saúde, etc.
A seguir poderão trabalhar para redefinir o rumo de políticas públicas permanentes e outras inovações constantes do programa com o qual tenham sido eleitos.
Ou seja, a “frente ampla local” é possível sem prejudicar a construção da mais ampla convergência possível, em âmbito nacional, em defesa da democracia e destinada a isolar, enfraquecer e derrotar o governo Bolsonaro.
Luciano Siqueira
O Brasil é assim mesmo: complexo e multifacetado em tudo o que verdadeiramente importa. Sobretudo na luta política.
Nada é retilíneo, tudo requer a consideração das muitas faces de um mesmo problema. Pensar dialeticamente.
Numa “live” recente – esse diálogo virtual que se multiplica aos milhões em tempo de pandemia -, me fizeram a pergunta: - A frente ampla agora fica para depois?
Isto porque num dado município de certo porte em Pernambuco, correntes políticas que convergem na oposição ao governo Bolsonaro irremediavelmente competirão entre si na disputa pela prefeitura.
São contradições naturais e contornáveis, como abordei há algum tempo atrás em meu canal no YouTube ('O PCdoB e a política de alianças' https://bit.ly/313VeHg).
O pleito municipal é um episódio local, ainda que se relacione com variáveis nacionais, seja pela dependência financeira dos municípios em relação à União federal, seja porque em certa medida o mapa eleitoral que emerge das urnas pesa na correlação de forças no conjunto do país.
Mas na imensa diversidade regional (e intra-regional) que marca a sociedade brasileira e num espectro partidário em que predominam agremiações partidárias pouco apegadas à coerência programática, as alianças municipais são furta-cor.
Variam no âmbito de uma microrregião do estado, por exemplo.
A um partido ideologicamente firmado, programático e uno como o PCdoB não cabe jamais desconhecer essa realidade.
Cabe seguir, como sempre, adotando condutas flexíveis e amplas na concertação de alianças, tendo como fio condutor propostas comuns para o município. Respeitando, quando for o caso, discrepâncias em relação à contenda nacional.
Também conviver com distintos projetos que se desenham tendo em vista a disputa pelo governo do estado, em 2022. Pelejamos agora numa mesma direção e depois será “outro dia”...
A prática política consequente requer isso. Como a água da chuva, que não perde a sua identidade e ao tomar o solo penetra em todas as brechas...
Nesse ambiente, a ideia força “cidades democráticas e mais humanas” emerge como referência para a aglutinação de correntes políticas locais em torno da candidatura majoritária comum.
A quase totalidade das prefeituras amarga dificuldades imensas decorrentes do enfrentamento da pandenma sem a ajuda necessária do governo federal. Já enfrenta, inclusive, um déficit financeiro comprometedor.
Aos novos governantes caberá de imediato assegurar o pagamento da folha do funcionalismo municipal, o início do ano letivo com alunos uniformizados, material escolar à mão, escolas em condições de funcionamento, com o corpo docente pronto, a merenda escolar equacionada.
Terão que garantir eficiente recolhimento e destinação do lixo, o funcionamento das unidades de saúde, etc.
A seguir poderão trabalhar para redefinir o rumo de políticas públicas permanentes e outras inovações constantes do programa com o qual tenham sido eleitos.
Ou seja, a “frente ampla local” é possível sem prejudicar a construção da mais ampla convergência possível, em âmbito nacional, em defesa da democracia e destinada a isolar, enfraquecer e derrotar o governo Bolsonaro.
[Ilustração: Cícero Dias]
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