Ministro tenta superar antecessores em
intolerância e improdutividade
Governo
Bolsonaro usa educação como palanque para sua cruzada obscurantista
Bruno Boghossian, Folha de S. Paulo
Jair
Bolsonaro só não fechou o Ministério da Educação até agora porque precisa dele
em sua cruzada obscurantista. Por quase dois anos, o governo ignorou o ensino
público, tentou sabotar o financiamento do setor e explorou a pasta
como palanque para seus retrocessos.
O terceiro chefe
da área se esforça para superar Ricardo Vélez e Abraham Weintraub em
improdutividade e intolerância. De uma só vez, Milton Ribeiro conseguiu fazer
propaganda de visões preconceituosas e fingir que não têm nada a ver com
disfunções da educação brasileira.
O doutor sugeriu
ao jornal O Estado de S. Paulo que o ministério não tem interesse em melhorar a
tecnologia nas escolas. Para ele, a dificuldade do ensino a
distância durante a pandemia é problema dos outros.
“A sociedade
brasileira é desigual, e não é agora que a gente vai conseguir deixar todos
iguais”, afirmou. “Esse não é um problema do MEC, é um problema do Brasil.”
Talvez Ribeiro estivesse mais
interessado em conseguir um cargo no governo da Noruega, mas acabou ficando por
aqui. Se estivesse insatisfeito, ele poderia procurar países onde ressoam
alguns de seus valores, como o Iêmen ou a Mauritânia.
Talvez
Ribeiro estivesse mais interessado em conseguir um cargo no governo da Noruega,
mas acabou ficando por aqui. Se estivesse insatisfeito, ele poderia procurar
países onde ressoam alguns de seus valores, como o Iêmen ou a Mauritânia.
O ministro deu um show de discriminação e
disse que a homossexualidade é uma “opção”, que ele atribui ao que chamou de
“famílias desajustadas”. “Normalizar isso e achar que está tudo certo é uma
questão de opinião”, declarou, na entrevista.
Ele sabe que não
se trata de uma mera “questão de opinião”, mas usa a velha tática bolsonarista
de esconder seus insultos atrás do argumento da liberdade de expressão. O
ministro, que é pastor da igreja presbiteriana, alega que essa é apenas uma pauta
conservadora, como se isso legitimasse o desaforo.
Ribeiro chegou
ao governo com a chancela da ala militar e o carimbo de “moderado”, após a
queda do piromaníaco Abraham Weintraub. Houve quem comprasse essa imagem. A
única coisa que o doutor pretende moderar é a descrição dos horrores da
ditadura nos livros didáticos.
Nas ruas, nos salões e nas redes: para superar a
crise https://bit.ly/3lg3rl8
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