02 outubro 2020

Crônica da sexta-feira

Um pão sob suspeita
Luciano Siqueira

Vivendo e aprendendo. Não é isso que a gente escuta desde criancinha? E é verdade.

Eu mesmo não aprendo mais porque meu interesse é seletivo, ainda que me considere extremamente volúvel em termos de curiosidade.

Há tanta coisa que sabem e afirmam e só fico sabendo por algum acaso...

Costumo dizer que devia ter nascido em meados do século 19, quando se podia ler e aprender sobre muitos ramos do conhecimento e realmente dominar algo.

Nesta quadra do século 20, o conhecimento humano se atualiza em tempo real, segundo a segundo. Em todas as áreas.

Na medicina este é uma verdade absoluta.

Certa vez encontrei um amigo médico, meu contemporâneo de faculdade, recém-chegado de um Congresso internacional de gastrenterologia, que me sentenciou:

- Esqueça tudo o que você acha que sabe sobre úlcera péptica duodenal.

- Como assim?

- A ciência, meu velho, já fez e desfez muitas teorias. Tem muita novidade na área...

Se desde muito jovem aprendi a considerar minhas próprias limitações e jamais me arvorei profundo conhecedor de nada, aí é que me convenci de que sempre me informo sobre muitos temas, mas dominá-los não os domino nenhum...

Pior quando me refiro a algo que jamais experimentei

De maconha, cocaína, LSD e que tais, por exemplo, só sei o que me disseram ou o que ocasionalmente li. Não tenho e jamais terei a autoridade de quem já experimentou. Não me apetecem.

Como não me atraem os sanduiches multinacionais do Subway, de largo consumo mundo afora.

Mas acabo de saber que o pão usado neles não é pão! Isso mesmo.

Quem decretou a demolidora sentença foi um juiz do Supremo Tribunal da Irlanda, Donal O’Donnell. Isto porque, segundo as leis irlandesas, o teor de açúcar não pode exceder 2% do peso da farinha usada para fazer a massa do pão.

E foi constatado que o açúcar equivale a 10% do peso da farinha usada para produzir a massa dos sanduíches quentes do Subway.

É o que se lê em matéria na Folha de S. Paulo, que entrou no meu ângulo de visão por puro acaso.

E assim ganhei mais um argumento para combater a ingestão desses hambúrgueres e assemelhados que nos são empurrados pelas redes internacionais.

Pelo menos isso.

Famintos não ganham consciência política espontaneamente https://bit.ly/2ZVr8pE  

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