E se você estiver
isolado numa bolha?
Luciano Siqueira
Virou expressão comum no
cotidiano de todos nós: importa falar para além da “bolha”, ou seja, para além
daqueles círculos que comungam com a gente das mesmas ideias e interesses.
Qual bolha? Aquela formada, à nossa revelia, através de complicado mecanismo de algoritmos manipulado pelos gestores das redes sociais.
Então se você deseja influenciar parcelas mais amplas da população tem que caçar um jeito de ir além da bolha.
No sentido inverso, justamente por estar numa determinada bolha você corre o risco de não ser alcançado por mensagens emitidas por gente que necessariamente não comunga com as suas ideias.
Então, a chamada opinião pública estaria virando uma espécie de arquipélago de muitas ilhas ensimesmadas, ou seja, de bolhas.
- Não vi sua mensagem. Está me excluindo, cara?
- Não. Apenas tento falar para além da bolha.
Se a coisa se espraia e penetra nas entranhas das relações humanas, no âmbito de uma mesma família haverá pessoas que não se comunicam.
- Como vai seu tio?
- Não sei, faz tempo que nos falamos. Somos de bolhas diferentes.
- E aquele seu irmão comerciante?
- Também não sei. Ele frequenta bolhas do comércio varejista. Como você sabe, sou de uma bolha de advogados.
A conclusão inevitável é que mais do que amizades e relações de confiança você precisa dominar os mecanismos da web e se habilitar a furar bolhas.
- O fulano é um ótimo furador de bolhas. Viu quanta gente reuniu em sua festa de aniversário?
Quem sabe até já existam
especialistas organizados em empresas ágeis, especializadas em lhe tirar de uma
bolha e botar noutra?
- Escolha sua bolha e se transfira em tempo real. Por um preço ao seu alcance.
Falar nisso, tenho que refletir um pouco sobre meu grau de isolamento relativo. Em que bolhas?
Com um
livro à mão e a esperança na alma https://bit.ly/2X71T2g
Nenhum comentário:
Postar um comentário