Anticomunismo de Bolsonaro é para golpear a democracia
Portal Vermelho
Quando o país enfrenta severa recessão econômica e ostenta, em números
absolutos, o segundo maior número mundial de mortos pela Covid-19, Jair
Bolsonaro, em vez de apresentar saídas para essa greve situação, usa a
Presidência da República para atacar governadores e fazer proselitismo
anticomunista. Recentemente, voltou a atacar governadores de estado, como o fez
desde o início da crise sanitária. Agora os alvos foram os governadores Flávio
Dino e João Doria, do Maranhão e São Paulo, respectivamente.
Em particular teve péssima repercussão nacional a conduta irresponsável
de Bolsonaro na viagem que fez ao Maranhão, na quinta-feira (30). Em se
tratando de uma agenda oficial, era de esperar o anúncio de algum benefício ao
estado ou ao povo maranhense.
O que Bolsonaro fez, entretanto, foi promover aglomerações que afrontam
as normas sanitárias de combate à Covid-19, e com tom de molecagem fez piada
homofóbica, utilizando-se de um refrigerante de cor rosa muito popular entre os
maranhenses. Roberta Gomes, bisneta do criador do guaraná Jesus, nas redes
sociais, respondeu à provocação do presidente. Disse que seu bisavô admirava o
comunismo e, inclusive, dividia os lucros da empresa com os funcionários.
Vários parlamentares do PT, PSOL, PCdoB e PSB, entre outras legendas,
protestaram contra a conduta leviana de Bolsonaro.
Bolsonaro, antes e depois da viagem, fez provocações contra o governador
e, descaradamente, mentiu quanto ao desempenho do governo do Maranhão. Flávio
Dino, com largo reconhecimento nacional, promove grandes conquistas em seu estado,
articulando crescimento econômico e proteção social, desenvolvimento e
distribuição de renda. Enfrenta com êxito a pandemia, salvando vidas,
assegurando tratamento às pessoas, controlando a expansão do vírus e socorrendo
a economia local.
Destaca-se, ainda, na defesa da democracia, posicionando-se na linha de
frente do combate ao plano bolsonarista que visa a fazer ruir o regime
democrático. Daí, a ira do presidente contra Flávio Dino.
Pelas redes sociais, Bolsonaro atacou o governador do Maranhão, eleito e
reeleito pelo povo, com o surrado anticomunismo dos porões da ditatura militar.
Com esse anticomunismo que absorveu, entre outras fontes, de seu ídolo, o
torturador Brilhante Ustra, também se ocupou em atacar Manuela D’Ávila, que
lidera as pesquisas na corrida à prefeitura de Porto Alegre.
Altivo e com a coragem política que o caracteriza, Flávio Dino repeliu a
conduta leviana do presidente e anunciou que vai processá-lo. Nas redes sociais,
disse: “Bolsonaro veio ao Maranhão com sua habitual falta de educação e decoro.
Fez piada sem graça com uma de nossas tradicionais marcas empresariais: o
guaraná Jesus. E o mais grave: usou dinheiro público para propaganda política.
Será processado.”
Desde a campanha em 2018, Bolsonaro destila seu ódio neofascista contra
a esquerda, os socialistas, os comunistas, ambientalistas, defensores dos
direitos humanos e civis, aos quais fez ameaças de expulsar do país. No Brasil,
a extrema-direita, as forças reacionárias, sempre recorreram ao anticomunismo
para golpear as liberdades e a democracia. Foi assim, nitidamente, no golpe
militar de 1964 que depôs o líder trabalhista João Goulart.
Com essa lição da história, as forças democráticas e progressistas devem
seguir mobilizadas e convergentes em defesa da democracia. No momento, a
principal batalha é a eleição municipal e a tarefa central é derrotar as
candidaturas alinhadas ao bolsonarismo e assegurar a vitória das candidaturas
do campo da democracia, da vida e dos direitos.
Veja: Situação especial reclama
novas formas e caminhos https://bit.ly/3m5Yjk2
Nenhum comentário:
Postar um comentário