13 dezembro 2020

Luz em nosso futebol?

 

O futebol brasileiro está se renovando, com novos nomes e novas ideias

Espero por mudanças na organização e nas eleições dos clubes, das federações e da CBF

Tostão, Folha de S. Paulo

 

A vacinação começou em outros países. No Brasil, está confusa e atrasada. Lamentável a postura do governo federal. Enquanto isso, aumenta o número de mortes. A vacinação é urgente.

Os especialistas têm chamado a atenção para algumas pessoas infectadas, que tinham poucos sintomas ou eram assintomáticas, e que, mesmo depois de curadas, apareceram com alguns problemas. Os clubes deveriam ficar atentos, já que são muitos atletas que contraíram a Covid-19.

Neste domingo, pelo Brasileiro, é dia de clássicos, entre Corinthians e São Paulo e entre Flamengo e Santos. Artilheiros estarão presentes, como Gabigol, Pedro e Bruno Henrique.

Haverá gol de Brenner? Ele é um jovem atacante, conciso, minimalista, rápido e preciso nas finalizações.

Faz também uma ótima parceria com Luciano. As duplas de atacantes, como as do São Paulo e do Flamengo, que eram habituais no passado, estão, aos poucos, voltando aos times brasileiros e de todo o mundo.

Em algumas partidas, é nítida a enorme importância do treinador, na atuação do time e nos resultados. No empate em 1 a 1 entre Grêmio e Santos, pela Libertadores, o Santos foi melhor. Cuca foi certeiro ao pressionar e anular o ponto forte do Grêmio, os armadores Maicon e Matheus Henrique.

O substituto do contundido Jean Pyerre, o meia chileno Pinares, em vez de recuar para ajudar na armação das jogadas, atuou muito à frente. Quase não pegou na bola. Pepê, melhor atacante do Grêmio, ficou também isolado, já que a bola não chegava.

Noto que Jean Pyerre, com frequência, atua também mais adiantado, mais perto do centroavante do que dos armadores. Em vez de esperar a bola, deveria buscá-la mais, para, depois, avançar e finalizar. Jean Pyerre não é um meia ofensivo nem um volante. É um meio-campista que faz muito bem as duas funções.

Ele une a lentidão criativa dos armadores do passado com a velocidade operatória dos do presente.

Na coluna anterior, citei inúmeros jovens bons de bola do futebol brasileiro, que são muito bem orientados por seus treinadores. Faltaram os jovens de outras equipes, como Kaio Jorge, do Santos, que atua na seleção brasileira sub-20. Cuca, apesar de algumas idiossincrasias, continua brilhante no comando da equipe.

Pituca, que não é mais tão jovem, cada dia está melhor. Ele, Daniel Alves, do São Paulo, Gerson, do Flamengo, Zé Rafael, do Palmeiras, e Jean Pyerre (quando não joga muito adiantado) são ótimos meio-campistas, que atuam de uma intermediária à outra. Marcam, organizam e finalizam.

São um tipo de jogador que havia desaparecido no futebol brasileiro, por causa da divisão que houve no meio-campo, durante décadas, entre os volantes que marcam e os meias que atacam.

Temos hoje no futebol brasileiro vários jovens técnicos, atualizados, modernos, eficientes, como Fernando Diniz, Abel Ferreira, Rogério Ceni, além de outros mais experientes, como Cuca, Sampaoli e Renato Gaúcho.

O futebol brasileiro está se renovando, com novos nomes e novas ideias. Espero que ocorram também mudanças na organização e nas eleições dos clubes, das federações e da CBF, com a presença de profissionais competentes e independentes.

Treinadores, dirigentes e profissionais, de todas as áreas, envelhecem e são substituídos, uns antes dos outros. Como analista, tento me atualizar, evoluir, não perder a gana e o desejo, sem dizer "no meu tempo".

Tento retardar o tempo.

Veja uma dica de leitura: Raimundo Carrero https://bit.ly/3pCHkXY

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