Trio do Real Madrid joga um futebol que enxergamos e outro que imaginamos
Melhor meio-campo
do mundo, Casemiro, Kroos e Modric comandaram jogo contra o Liverpool
Tostão, Folha de S. Paulo
A
Conmebol anunciou a
chegada de 50 mil doses da vacina contra a Covid-19, vindas da China,
via governo do
Uruguai, para vacinar jogadores, comissões técnicas, árbitros,
auxiliares e amigos. É o fura-fila do futebol.
A
Conmebol também entra em campo. Enquanto Chelsea e Porto, pela Liga dos
Campeões da Europa, jogaram as duas partidas em campo neutro, em Sevilha, por
causa da pandemia, um dos jogos da Libertadores, entre Grêmio e Independiente
del Valle, foi realizado no Paraguai e o outro, em Porto Alegre, prejudicando o
time equatoriano.
Mesmo
assim, o Grêmio perdeu os dois jogos. Coletivamente, o Del Valle, bastante
compacto, deu um baile no Grêmio, com muito mais troca de passes e circulação
da bola, embora deixasse muitos espaços na defesa, o que o Grêmio não
aproveitou.
Renato Gaúcho,
que fez um ótimo trabalho no Grêmio, estava na hora de sair. A
autossuficiência do técnico, uma característica positiva, geralmente presente
nos profissionais de sucesso, se torna negativa quando ultrapassa certos
limites. O personagem passa a se achar um herói, uma estátua, um rei.
O Grêmio, o
Palmeiras e o Flamengo, na partida entre os dois últimos e nas suas derrotas
para o Defensa y Justicia e para o Vasco, respectivamente, mostraram que não
sabem defender e atacar bem em um mesmo jogo, como se tivessem que fazer uma
escolha.
Na
Liga dos Campeões da Europa, o técnico Mauricio Pochettino escalou o Paris Saint-Germain,
nos dois jogos contra o Bayern de Munique, com duas linhas recuadas de quatro e
mais dois craques na frente, Neymar e Mbappé, que se completam, para jogar no
contra-ataque.
Neymar
está cada vez com repertório mais amplo e exuberante. Se o Bayern não fosse um
time compacto e que recupera rapidamente a bola onde a perdeu, Neymar e Mbappé
poderiam ter jogado ainda melhor.
O
Real Madrid jogou mais atrás, para contra-atacar e aproveitar os espaços na
defesa do Liverpool. Vinicius Junior, com muito campo para correr e driblar,
como sabe fazer, foi destaque no primeiro jogo, com dois gols, na vitória por 3
a 1. Na segunda partida, foi discreto, no empate na Inglaterra por 0 a 0.
O
melhor trio de meio-campo do mundo, formado por Casemiro, Kroos e Modric,
comandou o jogo do jeito que quis. Os três, com características que se
completam, jogam um futebol que pode ser visto de fora, como enxergamos, e
outro por dentro, que imaginamos. O Real Madrid vai enfrentar o Chelsea nas
semifinais.
Qual
gol foi o mais bonito, o de Mehdi Taremi, do Porto, contra o Chelsea, ou o de
Arrascaeta, contra o Ceará, que concorreu ao Prêmio Puskás, da Fifa, no ano
passado? Os dois são muito parecidos.
PSG
e Manchester City fazem a outra semifinal do torneio. Pep Guardiola e Neymar
estão loucos para serem campeões. Não precisam do título para confirmar que são
excepcionais, mas a conquista colocaria uma pitada de esplendor e de
imortalidade em suas carreiras.
Temos
o hábito de comparar times e craques pelos números e pelas conquistas
individuais e coletivas. É preciso valorizar também os detalhes subjetivos e o
encanto, situações que não podem ser medidas.
O
futebol tem muitos imprevistos. De repente, acontecem coisas inesperadas, que
mudam a história de um jogo, de uma trajetória. Acaso não é sorte, azar nem
mistério. São fatos comuns, que acontecem com frequência, mas que não sabemos
quando e onde vão ocorrer. A bola entra também por acaso.
Veja: Eu e você nas redes https://bit.ly/3mLkOvf
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