Eficácia da CoronaVac aumenta se intervalo entre doses for superior a 21 dias
Poder360
Um estudo
publicado neste domingo (11.abr.2021) na plataforma científica SSRN demonstrou que a eficácia geral da
CoronaVac é de 50,7% conta a covid-19. Os resultados ainda não foram avaliados
por outros cientistas, o que é necessário para serem considerados válidos. Mas
os números são similares aos apresentados pelo Instituto Butantan em janeiro de 2021.
A
CoronaVac, vacina contra a covid-19, foi desenvolvida em parceria da
farmacêutica chinesa Sinovac com o Butantan. Atualmente, ela é
o principal imunizante na campanha de
imunização brasileira. A vacina da AstraZeneca também é aplicada no país.
O
estudo de fase 3 (íntegra, em inglês – 1,4 MB) tem como foco
avaliar a eficácia e a segurança da vacina. A pesquisa foi comandada por
Ricardo Palacios, diretor de Estudos Clínicos do Butantan. Realizado entre 21
de julho e 16 de dezembro de 2020, o estudo reuniu 12.396 voluntários. Todos
eram profissionais de saúde saudáveis do Brasil.
Os testes
confirmaram a segurança do imunizante. A principal reação adversa registrada foi
dor no local da aplicação da injeção. Entre os voluntários que receberam a
vacina, 77,1% afirmaram sentir dor. Já entre quem recebeu placebo, 66,4%
relataram o mesmo. O estudo foi feito de forma que os voluntários não soubessem
se tinham recebido a vacina ou o placebo.
Sobre
a eficácia, o estudo mostrou que, apesar da eficácia geral pouco acima do
necessário (50%) para uma vacina ser considerada eficaz, a CoronaVac impede a
morte de pessoas infectadas pelo coronavírus. A eficácia contra casos moderados
e graves da covid-19 é de 100%. Já para casos leves, mas que precisam de
assistência médica, é de 83,7%.
O
estudo concluiu que a eficácia da vacina aumenta se a aplicação da 2ª dose for
feita 21 dias ou mais após a 1ª injeção. A recomendação do Ministério da Saúde
no Brasil é que a 2ª dose seja disponibilizada no intervalo de 14 a 28 dias
após a 1ª.
O
estudo contou ainda com um subgrupo para analisar a eficácia da vacina contra 3
variantes: a de Manaus (P.1), a do Rio de Janeiro e a B.1.128 (linhagem “mãe” da
P.1). De acordo com os testes, a vacina da CoronaVac permite que o corpo
humanos desenvolva anticorpos para as variantes. Não houve alterações
significativas no nível de proteção.
Outro
estudo, comandado pelo grupo Vebra Covid-19, já tinha identificado que a vacina
era efetiva contra a variante P.1. As análises
dessa outra pesquisa levaram em conta testes de 67.718 profissionais de saúde
de Manaus. A eficácia encontrada foi de 50%, número próximo ao da eficácia
geral verificada pelo Butantan.
O
resultado com variantes é importante porque elas têm maior potencial infeccioso. A P.1, por
exemplo, foi encontrada em 91% dos casos de covid-19 em São Paulo,
segundo dados divulgados na 6ª feira (11.abr). Esse percentual era de 0% há 12
semanas.
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