Araguaia
Agamenon Travassos Sarinho
Silenciosamente
esgueira-se na densa mata.
Pára, posta-se, espera.
Calam os pios, todos os ruídos,
o inimigo algoz avança.
Por entre as folhas
desponta o cano da carabina:
de repente o estampido, o grito, o baque.
Misturam-se o cheiro da pólvora,
a fumaça e o sangue.
A turba debanda,
silêncio na mata.
Araguaia, Araguaia!
Concentras
a força de tuas águas,
a beleza de tuas matas,
a brutalidade do poder,
a morte, tortura, o medo,
a valentia de teus ribeirinhos,
a generosidade militante
de teus bravos filhos adotivos.
Araguaia, Araguaia!
És Brasil,
és poesia,
és exemplo
és luta!
Araguaia, Araguaia!
Nestes tempos,de novo, sombrios
vem nos inspirar!
Araguaia, Araguaia!
Panteão da liberdade!
.
A poética ousada e cativante de Joana
Côrtes https://bit.ly/3xdnKW8
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