19 julho 2021

Mística profissional

Jornalismo é paixão 

Jéssica Barbosa*

 

“Porque o jornalismo é uma paixão insaciável, que só se pode digerir e humanizar, mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la”. 

Começo essa segunda-feira citando Gabriel García Márquez, para falar que para ser um bom jornalista, você precisa ser movido a paixões. Tem algo mais apaixonante do que conhecer pessoas e poder contar suas histórias de vida? Mais emocionante do que usar a sua voz para dar voz a essa gente muitas vezes esquecida? Na minha opinião não tem. 

E tudo isso vem misturado à inquietação de fazer a diferença, de contar o que ninguém quer que seja contado, de ir onde ninguém teve coragem de ir. 

A quem diga que o jornalismo é uma paixão inconveniente. Aquela que a gente se envolve, quebra a cabeça, jura que nunca mais vai querer, mas não consegue largar, sabe? 

Já o jornalista Caco Barcelos diz que o jornalismo é uma profissão que combina mais com os poetas, com pessoas que gostam de outras pessoas, pois é fundamental ser apaixonado por gente, senão não dá certo. Eu concordo sem titubear. 

Já fiz muitas pautas, escutei muitas histórias, e na maioria das vezes foi inevitável
não mergulhar nelas. Imparcial? Talvez eu devesse tentar ser um pouco, mas eu jamais deixaria de admirar e torcer por Dona Maria, Seu Zé… pessoas que eu nunca imaginei conhecer e que me ensinaram sobre como ser alguém melhor.

*Jéssica Barbosa é jornalista

Veja: A literatura é uma agulhada da estupidez https://bit.ly/3xPr2yJ

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