07 outubro 2021

Muito chão pela frente

Cena política furta-cor

Luciano Siqueira

 

A instabilidade marca a sociedade brasileira em todas as suas dimensões. Com boa dose de imprevisibilidade. 

Há a premência de solução para uma crise multifacetada que corrói o tecido social. Especialmente a danosa combinação entre estagnação das atividades produtivas, inflação, carestia, desemprego e queda do consumo.

Ao que se acrescenta um traço permanente de ameaças às instituições adivinhas do presidente da República e seus acólitos.

Tudo isso se reflete na cena política, no que concerne aos preparativos para o pleito de 2022, envolvendo mais de 30 siglas partidárias de diferenciado poder de fogo.

Daí um desenho furta-cor da cena política: nem tudo que aparenta na verdade é....

Além disso, há uma vertente que, em certa medida, concorre com o poder de atração das pré-candidaturas à presidência da República no momento consignadas. São os arranjos entre os partidos em busca de posições mais sólidas e estáveis no próximo parlamento, em contraposição à dispersão hoje reinante.

Merecem atenção a fusão entre o PSL e o DEM, que de imediato resultará na maior bancada na Câmara dos Deputados; e o exercício do instituto da federação partidária, recém-aprovado pelo Congresso.

No que diz respeito aos projetos eleitorais visando Assembleias Legislativas e Câmara dos Deputados, uma das vertentes dinâmicas do comportamento dos diversos atores na cena política, teremos ainda pela frente alguns meses para que as composições possam se concretizar.

E no meio do caminho tem a disputa por governos estaduais, igualmente importantes num país da dimensão do Brasil e de um padrão de política regional extremamente diversificado.

Nesse contexto, existe "garantia" de que perdurará a polarização Lula versos Bolsonaro? A tal terceira via é mesmo inviável? Ciro Gomes tem alguma chance de crescer ou permanecerá isolado e a questionar Deus e o mundo?

No campo que podemos caracterizar como popular, hoje representado em apenas um quinto na Câmara e talvez menos que isso no Senado, a concretização da federação pode talvez reunir um conglomerado partidário capaz de conquistar parcela expressiva do eleitorado. 

Na construção das alianças, olhar o tudo e os detalhes com argúcia e paciência é essencial.

Em outras palavras, não cabem conclusões precipitadas. O que parece ser hoje talvez não continue sendo daqui até abril vindouro.

Não deixemos nos confundir pela profusão de especulações quase conclusivas que permeia o noticiário midiático. 

Como dizia Miguel Arraes, nós os fazedores da política é que somos a notícia e não as especulações de colunistas e afins...

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Veja: Quem semeia o caos colhe o quê? https://youtu.be/yLfPBPiRBik 

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