Apesar de planejadas, partidas de
futebol estão à mercê dos imprevistos
A incerteza do esporte não é motivo para
não se analisar detalhes estratégicos
Tostão,
Folha de S. Paulo
Enfim, a seleção
brasileira teve uma excelente atuação coletiva e individual, na goleada por 4 a
1 sobre o Uruguai. Todos jogaram bem, especialmente Neymar, Raphinha
e Paquetá.
Neymar atuou
como um segundo atacante, mais perto da área, para finalizar e dar belíssimos
passes. Ali é seu lugar. Raphinha e Paquetá, pelos lados, atacavam com
habilidade e voltavam rapidamente, para marcar com os dois volantes.
No Brasileiro,
a novidade, mais do que esperada, foi Rogério Ceni de
volta ao São Paulo. Hernán Crespo,
que empolgou no início os torcedores e a imprensa, é mais uma consequência da
supervalorização dos treinadores, nas vitórias e nas derrotas, como se tudo o
que acontecesse em uma partida fosse fruto, principalmente, dos erros e acertos
dos técnicos.
Apesar de ser
um jogo científico, planejado, ensaiado e com variados talentos individuais,
uma partida, com frequência, principalmente entre times do mesmo nível, se
passa em um mar aberto, agitado, traiçoeiro, à mercê dos imprevistos.
A relatividade
e as incertezas do futebol não são motivos para não se tentar analisar os
detalhes estratégicos. Temos de tentar compreender o que se passa na cabeça dos
treinadores e no campo.
No empate por
0 a 0 entre Cruzeiro e
Botafogo, pela Série B, Luxemburgo, aos 15 minutos do segundo tempo, colocou o
garoto Vitor Roque, de 16 anos, e o substituiu aos 33. Jogou 18 minutos.
Estranho. O técnico disse que foi por cansaço. Mais estranho ainda. Alguns
analistas deram a justificativa para a saída do jovem que o lado direito
defensivo ficou desprotegido. Continua estranho, já que Vitor Roque entrou para
dar mais agressividade e ofensividade.
Luxemburgo
recebeu o terceiro cartão amarelo. Ele disse que havia um complô para tirá-lo
do banco de reservas no próximo jogo. Continua estranho. Seria mais um delírio
faraônico, narcisista, do técnico, por se achar o Pelé dos treinadores e como
se ele tivesse a chave mágica para ganhar as partidas?
Não há
dúvidas que Luxemburgo faz bom trabalho no Cruzeiro. Melhorou o desempenho, e a
equipe tem uma média de mais ou menos 58% de aproveitamento. É bom, mas não é
excepcional, como falam seus admiradores.
Seria, se
fosse 72%, o que levaria o time à primeira divisão, como ocorre com o técnico
Enderson Moreira, após ser contratado pelo Botafogo. Enderson, recentemente,
foi demitido do Cruzeiro. No futebol, o sucesso e o fracasso são relativos.
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