03 novembro 2021

Palavra de poeta: Chico de Assis

Cárcere infinito

Chico de Assis*
 
Não é comum
o cárcere onde me encontro
nem traz as grades férreas
do passado. 
 
Ele remete às curvas
do presente que antecedem
as brumas labirínticas 
do futuro. 
 
Lá foi-se o tempo 
de amor perene
esvaído em gotas
de dor recorrente. 
 
Agora é tempo 
de horror silente
em meio a trevas 
que anunciam o sempre.
 
[Ilustração: Edvard Munch]

*Advogado, poeta
Veja: São 9 pesados crimes https://youtu.be/sJ2lSvc193E

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