28 dezembro 2021

Crônica da terça-feira

Sansão e Dalila

Luciano Siqueira

 

Outro dia escrevi no Twitter que jamais assisti um filme do Homem-Aranha, não pretendo assistir e não sei se estarei perdendo algo importante.

Pelo WhatsApp, duas amigas e um amigo me criticaram por isso, mais ou menos nos mesmos termos:

— Como pode alguém atento a tudo o que acontece se eximir de ver pelo menos um filme que seja, de uma série, campeão de bilheteria!?

Eis a questão, minha gente amiga.

Nem tudo que é visto por muita gente necessariamente me interessa.

De outra parte, são tantos os temas, acontecimentos, obras literárias e de arte, científicas e que tais, e já não tenho tempo para digressões com o Homem Aranha e seus assemelhados Super-Homem e Batman.

Nunca me identifiquei com o gênero, mesmo quando criança ou adolescente.

E olhem que adoro cinema, porém sem jamais me curvar a eventuais campeões de bilheteria.

Tenho uma birra intimamente preservada.

Quando se formam filas quilométricas para assistir nos cinemas determinado filme de sucesso mundial, simplesmente não entro em fila alguma. Deixo para assistir qualquer dia desses, num futuro imprevisto.

Por isso até hoje devo a mim mesmo o "Titanic" e só recentemente vi na Netflix o (já clássico) brasileiro "Tropa de elite".

Mas recordo que por volta dos meus 11 anos de idade, na Lagoa Seca, em Natal, me deixei empolgar com anúncio em carro de som de que no Cine São João (na mesma rua onde eu morava) entrara em cartaz o "melhor filme do mundo" — precisamente "Sansão e Dalila", estrelado por Victor Mature e Hedy Lamarr, dirigido por Cecil B. DeMille.

O ingresso custou 5 cruzeiros, que pedi a minha mãe relutante, com o decisivo argumento de que um filme daquele eu jamais poderia perder.

Afinal, era um campeão mundial de bilheteria. Acho que gostei muito.

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Aqui a gente comenta o que acontece https://bit.ly/3n47CDe

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