15 janeiro 2022

Crônica do sábado

Mais do que o diamante

Luciano Siqueira

 

Será o diamante o que há de mais nobre dentre todas as pedras preciosas?

Nunca me detive sobre o assunto, embora venha mantendo esse conceito ao longo da vida. Tanto que quando quero exaltar méritos de alguém lhe atribuo o brilho de um diamante.

Diamantes têm brilho próprio mesmo quando em estado bruto.

Lapidados, ganham beleza ofuscante.

Nos filmes, diamantes de dimensões nem tão exageradas geralmente são tidos como tesouros cobiçados. 

Provavelmente por que se prestam a confecção de joias.

Falo disso nesta manhã de janeiro do desafiante ano de 2022 porque acabo de ler a notícia de que um mineral jamais visto antes terá sido encontrado dentro de um diamante. 

Isso 30 anos após a dita pedra ter sido quase que desprezada por garimpeiros de Botsuana, justamente por conter impurezas. 

Um mineralista norte-americano, que adquiriu uma peça à época, só agora proporcionou que especialistas a examinassem devidamente.

Surpresa: o tesouro, neste caso, não está exatamente no diamante, mas nas manchas encontradas no seu interior, decorrentes — dizem — de altíssima pressão e temperatura só encontradas no chamado manto do planeta Terra.

Se eu antes não entendia bem do assunto, seguirei ignorante. Não tenho a menor pretensão de buscar detalhes da descoberta. 

Sem o menor desdouro da ciência e da garimpagem especializada, prefiro reler um poema de Drummond ou de Neruda. 

Porém da notícia guardo o contraditório detalhe: maior valor têm as manchas impuras do que o ofuscante brilho do cobiçado diamante! 

É da vida. As aparências confundem. E às vezes enganam.

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Às vezes são detalhes que chamam a atenção da gente https://bit.ly/3E95Juz

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