Eu escolheria Benzema, Mbappé e De Bruyne como melhores do mundo
O Bayern, por ter a bola sempre
perto do gol adversário, facilita bastante para Lewandowski
Tostão, Folha de S. Paulo
O Manchester
City, 13 pontos à frente do Chelsea no Campeonato Inglês, e o Real Madrid,
líder do Espanhol e campeão da Supercopa da Espanha, são hoje,
talvez, os dois times com o melhor desempenho no futebol mundial. Na prancheta,
são iguais, com quatro defensores, três no meio-campo, dois jogadores pelos
lados e um centroavante. No campo, são bem diferentes.
O Real
Madrid, quando perde a bola, recua e protege os quatro defensores, com cinco
jogadores no meio-campo (um trio pelo centro e dois atletas pelos lados).
Quando a equipe recupera a bola, contra-ataca, geralmente com Vinicius Junior, ou troca passes precisos até o outro
gol. Todos avançam, até Casemiro. O volante e mais Kroos e Modric estão em
grande forma. Os três se completam.
Já o City, quando perde a bola, pressiona para recuperá-la no
campo adversário. Quando Agüero saiu do time, todos achavam que Gabriel Jesus
seria o substituto. O irrequieto e inventivo Guardiola não para. Passou a jogar, com mais frequência, sem centroavante. Do
meio para frente, todos são armadores e fazem gols. Não existe centroavante nem
falso centroavante.
No momento em que Guardiola inova e mostra ao mundo que se pode jogar sem um centroavante, a Fifa elege Lewandowski, um clássico, típico e excepcional centroavante, maior artilheiro do ano, como o melhor jogador do mundo. O Bayern, por ter a bola sempre perto do gol adversário, facilita bastante para Lewandowski.
Meus três
escolhidos neste ano seriam diferentes: Benzema, Mbappé e De Bruyne. Não sei a
ordem. A maneira diferente de jogar do Manchester City e a eleição de
Lewandowski são demonstrações da riqueza e da diversidade do futebol.
Estranheza
Há mais de
20 anos, quando parei de trabalhar como médico e me tornei um analista/colunista,
deveria ter entrado na faculdade de jornalismo. Certamente, me ajudaria em meu
atual trabalho. Além disso, ficaria mais identificado com a profissão.
As
informações e as explicações necessitam ser mais exatas e mais claras. No
futebol e em todas as profissões, existe hoje uma epidemia de informação e, ao
mesmo tempo, faltam mais observadores, capazes de enxergar e de entender os
detalhes. Há gente demais falando de futebol. O conhecimento vai muito além da
informação.
Ao ser
perguntado, o coordenador da seleção, Juninho Paulista, disse que Renan Lodi
não poderia ser convocado porque só tinha tomado uma dose da vacina contra a Covid e
não poderia entrar no Equador. Nem ele nem Tite falaram que Lodi seria chamado
se tivesse tomado a segunda dose.
Tite disse
que convocou Gabigol e Everton Ribeiro porque o Flamengo já estava treinando,
mas não falou que chamaria Arana se o Atlético já estivesse em atividade. No
momento, quais são os dois laterais esquerdos preferidos do técnico?
Ronaldo não falou que pensava em desistir
da compra de 90% das ações do Cruzeiro. Ele disse apenas que a situação do
clube é muito mais grave do que imaginava e que, embora fosse permitido pelo
contrato, não teria o desejo de voltar atrás.
O
comportamento e as declarações dos novos donos do Botafogo e do Cruzeiro foram
interessantes. O empresário americano John Textor parecia um ex-craque, um ex-ídolo,
otimista, eufórico e emocionado com a recepção dos torcedores. Já Ronaldo
parecia um investidor americano frio, calculista, realista, sombrio, que nunca
tinha chutado uma bola. Não sei quem está mais certo. Apenas relato minha
estranheza.
Às vezes são pequenos detalhes que impressionam https://bit.ly/3E95Juz
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