25 março 2022

Exemplo revolucionário

Alanir e o PCdoB

Luciano Siqueira


"Como a menina dos nossos olhos".

Confesso que quando ouvi pela primeira vez essa expressão, atribuída a Lenin, a propósito do modo como devemos cuidar do partido de vanguarda do proletariado, experimentei uma certa resistência.

Ao olhar do jovem militante que dava os primeiros passos na vida partidária, parecia certo exagero.

No transcorrer de algumas décadas, a vida e a fascinante luta cotidiana para construir esse partido se encarregaram de dar razão ao grande líder da revolução socialista.

Porque a necessidade objetiva da existência desse partido para o êxito do movimento transformador vem se impondo a cada fase da complexa e atribulada trajetória da luta progressista no mundo e em nosso país.

O manejo da teoria marxista-leninista, em permanente evolução, e o diálogo com correntes progressistas em presença fazem-se indispensáveis à compreensão da realidade concreta e à formulação do projeto estratégico e da consequente adoção de soluções táticas imediatas eficazes.

Ocorre que o Partido se constrói mediante empenho coletivo de homens e mulheres que adotam o ideal comum como norte em suas vidas.

Muitos destes capazes de honrar o compromisso revolucionário com o sacrifício da própria vida.

Alanir Cardoso, dirigente comunista homenageado ontem na Câmara Municipal do Recife, provou ser um desses.

Na sessão solene que celebrou o Centenário do Partido Comunista do Brasil recebeu o título de Cidadão do Recife, por iniciativa da vereadora Cida Pedrosa.

A coincidência corresponde à realidade: há 50 anos, o Alanir militante abriga em seu espírito a saga cotidiana do PCdoB.

Juntos, vencemos muitas vezes; perdemos umas tantas — mas lutamos sempre.

No início dos anos 70, sob a ditadura militar, preso e terrivelmente torturado, esteve no limiar da morte sem fazer qualquer concessão ao inimigo.

Protagonizou assim um dos mais belos exemplos de resistência nas masmorras do regime — pouco conhecido do grande público, registrado em detalhes em depoimento que prestou à Comissão da Verdade Dom Helder Câmara no Recife.

A discrição marca seu estilo de vida e de militância.

E a dedicação ilimitada à causa — traço característico de uma geração de q
uadros de meio século de militância, que residualmente integra o Comitê Central do partido.

Sim, cuidar do partido sempre e em todos os aspectos — com a paciência, a persistência, o espírito coletivo, o otimismo e a sagacidade tática de um Alanir Cardoso é a nossa sina e o nosso compromisso.

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Veja: Por que Sérgio Moro não decola? https://bit.ly/3Ip1ywJ

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