09 junho 2022

Cúpula de quê?

EUA não são os mesmos, nem o Brasil será

Luciano Siqueira

 

Ao convocar a chamada Cúpula das Américas agora, em Los Angeles, o presidente Biden protagoniza lances expressivos da perda relativa de força e influência do país que governa.

A reunião — que tem entre outras intenções reagir à crescente presença chinesa no subcontinente, através de relações comerciais mutuamente proveitosas — se faz semi esvaziada pela ausência de Cuba, Venezuela e Nicarágua, que não receberam convites, e do México que se recusou a participar.

O fato é que num cenário global de transição do domínio unipolar norte-americano a uma nova situação de multipolaridade, já não se pode dizer como antigamente que a América Latina é uma espécie de quintal dos EUA.

Até mesmo o Brasil, que sob o governo atual se converteu em pária internacional, deu certo trabalho para aceitar comparecer à reunião.

Embora Bolsonaro tenha estabelecido relação de alinhamento automático e subserviência aos norte-americanos, não guarda relação de proximidade com o presidente Biden por uma espécie de dor de cotovelo por ter derrotado o antecessor, Trump, ídolo do capitão presidente.

Nessa cena diplomática de segunda categoria, está contida uma variável que tende a se concretizar em outubro: tanto quanto os EUA já não são como antigamente, o Brasil de agora, depois do pleito presidencial, já não será o mesmo.

O fato e a ideia https://bit.ly/3n47CDe     

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