Lula-Alckmin e o gesto
taticamente contido
Luciano
Siqueira, portal Vermelho
Assume peso específico
muito importante o lançamento do documento da chapa Lula-Alckmin “Diretrizes
para o Programa de Reconstrução e Transformação do Brasil”, terça-feira última.
Tem conteúdo avançado e,
ao mesmo tempo, considera os limites da consciência tática.
Uma proposta em
construção, seja porque o bom senso assim recomenda, na medida em que o
programa de governo propriamente dito há de se configurar uma vez instalado o
ministério e outras posições equivalentes, com os pés fincados na realidade
concreta administrativa financeira e fiscal; seja também porque a frente
eleitoral ampla em torno da chapa Lula-Alckmin ainda está em construção e
almeja se alargar para além dos sete partidos que a compõem.
Então, as diretrizes ora
sintetizadas no documento lançado estão postas a exame e abertas à cooperação
de amplos segmentos da sociedade, através da plataforma virtual https://bit.ly/3nd6Pza
igualmente lançada na terça-feira última.
Também
são objeto da troca de opiniões com outras agremiações e segmentos políticos
partidários que, na tradição brasileira, necessariamente não comparecem unos ao
embate eleitoral.
Veja: Os partidos
e suas alianças nas eleições de outubro https://bit.ly/3tThW49
É
consensual a tarefa da reconstrução nacional e o reconhecimento do papel
preponderante do Estado — “nem máximo nem mínimo, mas suficientemente forte”
para preservar a soberania do país e conduzir um programa de desenvolvimento
que reestruture a economia brasileira e a reconquista de direitos e de
condições de vida dignas para o conjunto da população, como se deduz da breve
intervenção da presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos.
No texto, se assinala o
“compromisso com a defesa da igualdade, da democracia, da soberania e da paz,
com o respeito ao resultado das urnas, com a qualificação da representação
política, a humanização do governo, a ampliação da representatividade e da
participação popular e a reinserção do Brasil como protagonista global pela
democracia, pela paz, pelo desenvolvimento e pela autodeterminação dos povos.”
E sob esse guarda-chuva,
um conjunto de proposições a um só tempo avançadas e contidas. Pois não caberia
detalhamentos precipitados, que em nada contribuiriam para tornar mais nítidas
as intenções proclamadas no texto. Apenas suscitariam questionamentos de toda
ordem, mal-intencionados, a exemplo do que vem ocorrendo nos editoriais da
grande mídia corporativa, que monopoliza a comunicação de massas e se vê
frustrada no patrocínio de uma desmilinguida “terceira via”, de centro-direita.
No seio da militância
partidária e dos amplos segmentos da população crescentemente atentos ao embate
eleitoral cabe agora desenvolver o debate e, digamos assim, armá-los com
argumentos consistentes e compreensíveis para a busca da consciência, da
confiança e do afeto dos milhões de eleitores que propiciarão a vitória em
outubro.
Veja: Núcleos de base no apoio a Lula https://bit.ly/3LcXQYD
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