A agenda do
caos bolsonarista se encurta
Dorrit Harazim, O Globo
Já é fato que a eleição presidencial de
outubro próximo será a mais decisiva para o Brasil tal qual o conhecemos.
Também já é dada como fato a intenção bolsonarista de tumultuar o resultado
caso este se revele desfavorável à reeleição do chefe. A novidade está no
agendamento do caos, cuja régua encurta em proporção inversa à autofagia
democrática de Jair Bolsonaro. De início, dada a blitzkrieg do governo demonizando o voto eletrônico, o temor de um
descarrilhamento à força concentrou-se no que poderá ocorrer em outubro, mês do
primeiro e segundo turnos da votação. Todas as pesquisas de opinião iniciais
sugeriam que o vencedor só seria conhecido no segundo turno — com derrota
infalível do capitão, fosse quem fosse seu adversário. Portanto uma tentativa
de obstrução institucional parecia ter data marcada: a partir do domingo 30 de
outubro. De uns tempos para cá, porém, algumas pesquisas têm sugerido a
possibilidade de vitória do candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva já no
primeiro turno ou têm apontado para o aumento da distância entre Lula e Jair.
De pronto, a retórica golpista do presidente também deu uma acelerada no tempo,
movendo sua “miliciância” (fusão ideológica de milícia + militância armada) a
tumultuar a partir do 2 de outubro.
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