ANTEONTEM ENTROU PARA A HISTÓRIA
“Somos 156.454.011 eleitores aptos a votar. Somos
uma das maiores democracias do mundo em termos de voto popular, estando entre
as quatro maiores democracias do mundo. Mas somos a única, a única democracia
do mundo que apura e divulga os resultados eleitorais no mesmo dia. Com
agilidade, segurança, competência e transparência. Isso é motivo de orgulho
nacional”.
O parágrafo acima é um trecho do discurso do Ministro Alexandre
de Moraes, proferido em sua posse como Presidente do Superior Tribunal
Eleitoral, anteontem. Pois assim 16 de agosto de 2022 virou dia ímpar, quando
se reafirmaram os valores democráticos e a independência entre os Poderes
Constituídos tal como rezam os princípios do Estado de Direito no sistema
capitalista.
16 de agosto de 2022 entrou para a História – com maiúscula – pelo
conjunto do ato realizado pelo TSE na posse de seu presidente. Contou com
quatro ex-presidentes da República (Sarney, Lula, Dilma e Temer), 22 dos 27
governantes estaduais, todos os presidentes dos Poderes Constituídos –
inclusive o titular do Poder Executivo, algoz declarado da Democracia – e
autoridades de todos os níveis. Essa representatividade excepcional foi coroada
por um extraordinário discurso de posse. Fechou em alfa.
Veja: Os partidos e suas
alianças nas eleições de outubro https://bit.ly/3tThW49
Discurso de texto simples e direto, mas com pontaria de fazer inveja
aos clubes de tiro tão amados pelo ex-capitão. O extraordinário na fala de
Moraes está na coragem e na firmeza com as quais ele se contrapôs ao ordinário
vociferado pelo cidadão que ocupa a presidência da República. Orou o Presidente
do TSE: “é tempo de respeito, defesa, fortalecimento e consagração da
democracia. Viva a democracia, viva o Estado de Direito, viva o Brasil”. Falou
e disse na cara – lívida e amuada – do indivíduo que, há menos de uma semana,
atacou virulentamente a Carta pela Democracia e que agride todo dia a urna
eletrônica.
Evolução fantástica é o sistema eleitoral digital, a tal urna
eletrônica. Querer retroceder nesse quesito é uma confissão de corrupção
deslavada, pois quem possa se lembrar dos sistemas anteriores não pode, em juízo
normal, defender a patranha de “voto impresso”, pois a principal forma de
auditoria está exatamente o modelo brasileiro em vigor. O “bom voto impresso,
auditável” tem longa história de fraudes escandalosas, e uma dessas denúncias
envolveu o atual presidente da República no pleito de 1994, quando essa
mitológica criatura foi eleita como o terceiro deputado federal mais votado no
Rio de Janeiro.
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