Tá faltando pimenta no debate nacional
Enio Lins, tribunahoje.com
Janones venceu o
debate da Band, proporcionalmente falando, lógico. Nem se sabe o porquê, mas o líder
do Avante implodiu a tropa de choque bolsonarista que estava na tribuna de
honra. Astros bolsominons, como o ex-minstro Salles, perderam a compostura e o
deputado mineiro dominou o forrobodó na antessala, enquanto na sala principal o
meliante que ocupa a presidência da República foi, durante quase todo o tempo,
poupado, tratado a pão-de-ló.
Lula desperdiçou quase todas as oportunidades de chutar a gol, e a
bola quicou na frente dele várias vezes, desde a primeira e previsível pergunta
desferida pelo falso Messias, respondida de forma longa, complexa e sem frases
de efeito, dando a impressão que o ex-presidente estava respondendo a alguém
digno. Assim não dá, sinceramente. É preciso jair tratando o energúmeno como
ele merece. A hora de ser paz e amor já passou, seu Luiz.
Todas as candidaturas presentes ao debate aliviaram com o candidato à
reeleição. Uma pergunta ligeiramente mais incisiva aqui outra ali, mas na base
da água-com-açúcar. Num exemplo, o comportamento genocida durante a pandemia
foi menosprezado e, sem estar disputando o pleito, quando tocou de leve neste
ponto, a jornalista Vera Magalhães tirou do sério o madraço. Noutro exemplo,
ninguém se lembrou do resto da familícia metralha; e 01, 02,03 e 04 foram
deixados na moita.
A polarização é real, como nunca na história recente, mas o debate na Band
passou a impressão de que existem mais de duas candidaturas para valer. Culpa
do Lula? Talvez. Mais debates virão e vamos ver como a coisa evoluirá, na
prática, pois a polarização não é apenas a eleitoral entre Lula e Jair, mas
fundamentalmente entre a ética x Jair, verdade x Jair, futuro x Jair, Brasil x
Jair. É hora de frente amplíssima contra esse lixo.
Lula, única candidatura com capacidade de vencer o sorna, precisa
lutar para separar – e isolar – o joio do trigo. O candidato do PT necessita
conversar com o eleitorado de Ciro Gomes, Simone Tebet, Felipe D’Ávila, Soraya
Thronicke e demais presidenciáveis que não estiveram no debate, precisa ir
buscá-los, como fez com o adversário histórico Geraldo Alckmin. Nas próximas
mesas-redondas é besteira lembrar que um foi a Paris, outra votou pelo
impeachment de Dilma. É perda de tempo, pois o Brasil só tem um inimigo: o
mandrião que quer se reeleger.
Janones está fazendo falta no palco principal.
Pedir o voto faz a diferença https://bit.ly/3QUTNTT
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