O MEDO DO MITO
“Vão me prender!” teria dito o meliante que ocupa a presidência da República a vários interlocutores que, como ele previa, passaram adiante e, desde ontem, esse mimimi do Jair ocupa as mídias. Frases outras acompanham e compõem o chororô alternando ditos como “não vou aceitar”, “não sou ingênuo como meus antecessores”, “meus filhos serão presos”.
Arrepelação que tem como objetivo sensibilizar seus apoiadores,
testar a repercussão na opinião pública e, principalmente, compartilhar o risco
de detenção para seus acumpliciados, lembrando algo como “se eu for preso vocês
também serão”. Lamúria que também é nova sondagem à velha ideia dum golpe de
estado salvador.
Justiça seja feita: Jair tem se esforçado tremendamente para impedir quaisquer
investigações sobre malfeitos em seu governo. Além da confissão prévia e
pública de que não permitiria à Polícia Federal “fu*** com sua família”, feita
na patética reunião ministerial de 22 de abril de 2020, uma intensa ofensiva
tem sido desenvolvida desde sempre para garantir a impunidade para si e para os
seus.
Arquivar as
denúncias da CPI da Pandemia é um dos sucessos mitológicos.
Numa canetada só foram para o lixo evidências de crimes que poderiam ser
classificados como contra a humanidade, como a política de massificação de
medicamentos sabidamente ineficientes contra a Covid, ampliando a tragédia que
matou mais de 678 mil pessoas no Brasil e garantindo a circulação de fortunas
na aquisição desses produtos, além de outras denúncias de porte, como a
tentativa de cobrança de US $1 (um dólar americano) por dose de vacina.
Sigilo de 100 anos virou rotina e até o cartão de vacinação do mito é
segredo. As despesas paquidérmicas no cartão corporativo também estarão sumidas
por um século. Nesse item, apenas durante o primeiro ano de mandato a conta foi
de R$ 1.708 por hora, correspondente a R$ 41 mil ao dia, ou R$ 14,9 milhões ao
fim dos 12 meses de 2019. Não se sabe em que. Mas é sempre bom lembrar que, na
gestão petista, a compra de uma tapioca (R$ 8,30) pelo então ministro Orlando
Silva, em abril de 2008, virou um escândalo nacional.
Quem não chora não
mama, diz a marchinha, e Jair esperneia para não perder a mamata.
Mas ele está certo ao prever como destino seu retorno à prisão, onde passou
curta temporada de 15 dias, em 1986, por delito militar, e para lá precisava
ter sido reconduzido no mesmo ano e por muito mais tempo, por ameaça
terrorista. Para o bem do Brasil é melhor essa profecia do mito jair
acontecendo o quanto antes.
Veja: É certo que 9 crimes tão graves fiquem impunes? https://youtu.be/sJ2lSvc193E
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