08 setembro 2022

Datafolha acerta

Atacado por Bolsonaro, Datafolha acertou previsões com pesquisas desde a redemocratização
Levantamento do GGN cruza dados da série histórica do Datafolha com os resultados das urnas para mostrar quantas vezes o instituto acertou
Ana Gabriela Sales, Jornal GGN

 

Retratos do momento, todas as pesquisas eleitorais feitas na modalidade presencial apontam que o Palácio do Planalto deve ser ocupado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a partir de janeiro de 2023. Contrariado com a iminente derrota, o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), usa toda sorte de fake news e discursos capengas para tentar desqualificar os levantamentos, em especial aqueles feitos pelo Datafolha, um dos principais institutos de pesquisa do País. 

Um levantamento do GGN feito a partir da série histórica do Datafolha para as eleições presidenciais mostra que o instituto acertou em praticamente todas as eleições desde 1989. Não houve uma única eleição presidencial, desde a redemocratização, em que um candidato que aparecia no segundo lugar, às vésperas da eleição, virou o jogo no dia do pleito, contrariando todas as previsões.

Considerando a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, o Datafolha ficou muito perto do resultado das urnas nas eleições de 1998, 2002, 2006 e 2010. E, com o passar dos anos, o levantamento foi refinado ao ponto de cravar numericamente os resultados em 2014 e 2018 – quando Dilma Rousseff venceu Aécio Neves por uma margem muito apertada, e quando Bolsonaro, que hoje ataca as pesquisas, saiu vitorioso, respectivamente.

Nos anos de 1989 e 1994, a Folha de S. Paulo divulgou nas vésperas das eleições gerais as pesquisas de intenção de voto que davam vitória a Fernando Collor e FHC, como de fato ocorreu. A partir de 1998, o diário passou a divulgar os votos válidos dos candidatos às vésperas do segundo turno. Dentro da margem de erro, o Datafolha antecipou o resultado de todas as eleições, conforme registramos na tabela abaixo:

* intenção de voto
** votos válidos

teto do antipetismo

O levantamento do GGN também mostra qual é o teto de um adversário do PT nas eleições presidenciais, desde que Lula conseguiu se eleger pela primeira vez. Com exceção da eleição de Bolsonaro em 2018, o melhor desempenho de um candidato antipetista foi o de Aécio, em 2014, ano em que estourou a Lava Jato, quando o tucano fechou o segundo turno com 48% dos votos válidos, contra 51,6% de Dilma, reeleita mas impichada.

A última pesquisa Datafolha para as eleições de 2022, divulgada na quinta-feira passada, mostrou Lula com 45% das intenções de voto no primeiro turno, ante 32% de Bolsonaro. No segundo turno, Lula teria 52% dos votos, contra 38% de Bolsonaro. O instituto deve divulgar uma nova pesquisa no dia 9 de setembro.

GGN procurou o Datafolha para comentar o avanço dos estudos ao longo dos anos, mas o instituto preferiu não se manifestar no momento.

Veja: Um candidato se elege porque seus apoiadores pedem voto
https://bit.ly/3QUTNTT

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