Eleições limpas

Urnas eletrônicas nota 10
Luciano Siqueira

 

Em circunstâncias normais, nem mereceria tanto destaque a informação do TSE, pela voz do seu presidente ministro Alexandre de Moraes, de que as urnas eletrônicas tiveram 100% de aprovação em testes de integridade e de biometria.

Mas o fato sabido por todos é que o presidente da República, candidato à reeleição, fez do questionamento das urnas eletrônicas um dos seus motes na tentativa de gerar um ambiente conturbado que, quem sabe, eventualmente pudesse acolher um golpe de força. 

Sobretudo vendo-se inferiorizado no resultado das urnas, como aconteceu no primeiro turno e tende a se repetir dia 30. 

A manobra incorporou, inclusive, por todos os títulos indevidamente, o próprio ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. 

Segundo relatam os jornais, o ministro teria inclusive se plantado próximo à sala verificadora - dita "secreta" pelo capitão Jair Bolsonaro -, em atitude no mínimo ridícula. 

E ao invés das 100 urnas costumeiramente usadas para o procedimento, desta vez serviram ao rigoroso teste nada menos do que 641 urnas. 

Nada digno de nota, escrevem os analistas. 

Concomitantemente, bolsonaristas raiz lograram êxito em suas pretensões eleitorais e estarão no Senado e na Câmara precisamente eleitos mediante o sistema de votação eletrônico tão contestado pelo chefe. 

Todos agora fazem silêncio sobre o assunto e voltam suas baterias para o que consideram imprecisões praticadas pelos institutos de pesquisa nas últimas sondagens.  

Esse novo mote, evidentemente, tem a intenção de desacreditar particularmente os institutos IPEC e Datafolha, que já iniciaram suas enquetes semanais e as farão até a sexta-feira antes do dia 30.

Golpista ensandecido é assim: atira contra qualquer coisa, contanto que se preste a tumultuar o pleito. 

Nessas circunstâncias, vale reverberar o resultado 100% positivo dos testes de integridade das urnas. 

Quanto às pesquisas, cientistas e técnicos da área têm dado explicações tão didáticas quanto convincentes, amplamente divulgadas pela mídia.

Dito isto, vou indo ali pedir mais votos para eleger Lula...

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